Linha do tempo
Parceira econômica do clube, a Fúria também causa dor de cabeça.
28/3/2006
A Fúria se envolveu em um confronto com a torcida do Rio Branco, na saída do Estádio Nelson Medrado Dias, em Paranaguá. Na ocasião, a organizada afirmou ter sido vítima de uma emboscada no Litoral.
12/8/2006
O presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar alegando ter sido ameaçado de morte pelo vice-presidente da Fúria, João Luiz Carvalho. O motivo: uma promoção de ingressos que não contemplava a facção.
8/9/2006
Depois de um treino no Pinheirão, integrantes da Fúria foram cobrar os jogadores pelo mau desempenho no Brasileiro. O encontro acabou em troca de sopapos entre o atacante Zumbi e alguns torcedores.
6/10/2010
A diretoria do Tricolor decidiu baratear parte da carga de ingressos para o jogo com o Icasa. A ideia acabou barrada por pressão da Fúria, por se sentir prejudicada, já que recebia bilhetes e revendia.
14/2/2011
O vice-presidente de futebol do Paraná, Paulo César Silva, atual presidente, foi agredido por torcedores que vestiam o uniforme da organizada ao deixar a Vila Capanema após um treino. Foi parar no hospital, sem ferimentos graves.
23/4/2011
No rebaixamento do Paraná para a Série Prata do Estadual, integrantes da Fúria tentaram derrubar o alambrado que separa a Curva Norte das cadeiras. Foram contidos pela PM.
2/7/2012
Um torcedor do Tricolor, de 16 anos, morreu ao ser atingido por um tiro na cabeça em frente da sede da Fúria. Quinze tiros foram disparados a 100 metros de distância na direção do grupo de paranistas. De acordo com dirigentes da organização, a torcida havia recebido ameaças. O caso ainda não foi esclarecido.
14/9/2012
Após o pedido de demissão do técnico Ricardinho, no empate por 1 a 1 com o Barueri, membros da Fúria tentaram invadir o vestiário da Vila Capanema e foram contidos pela PM.
Maior torcida do Paraná, a Fúria Independente foi anunciada ontem como a principal patrocinadora da camisa do Tricolor para dois jogos, contra o Sport e o Guaratinguetá. A medida, inédita no futebol nacional, além de auxiliar a agremiação em um momento emergencial, tem também uma motivação política. A uniformizada planeja ter mais representatividade na administração do clube.
Confira outros casos de parceria entre clubes e torcidas organizadas
"Podemos até parecer ambiciosos, mas pensamos em um dia ter um cara da Fúria no comando do Paraná", revelou o 1.º secretário da organizada, Leandro Arruda. A torcida tem atualmente cerca de 300 sócios-olímpicos e 1,4 mil sócios-torcedores do Paraná entre seus associados.
O patrocínio master saiu dentro de valores de mercado. A quantia é similar ao que a rede de restaurantes Madero investiu também em duas partidas:
R$ 50 mil, sendo R$ 25 mil por jogo. "Nós cobrimos as ofertas de outras empresas. É de uma visualização imensurável, principalmente para o clube, e mostra o que o torcedor é capaz", disse o vice-presidente da Fúria Independente, João Luiz Carvalho, o Quitéria.
A Associação Esportiva Cultural Social e Recreativa Torcida Organizada Fúria Independente Tricolor é uma entidade sem fins lucrativos, portanto livre de tributação pela lei brasileira. Ela sobrevive com cobrança de mensalidades de R$ 10 por um mês a R$ 100 por um ano , venda de materiais um moletom pode chegar a R$ 190 , atividades do bar da sede e doações. Não ter diretores remunerados e utilizar a renda para as próprias atividades ressaltam esse status. "Patrocínio normalmente não tem incidência de imposto nem para quem paga nem para quem recebe", explicou a professora de direito da UFPR, Betina Treiger Grupenmacher.
Hoje tranquila, a relação da torcida com o clube já teve dias turbulentos. No dia do pedido de demissão do técnico Ricardinho, em setembro de 2012, por exemplo, houve a tentativa de invasão da sala de imprensa da Vila. E, em 2006, desentendimentos de torcedores com os jogadores Joelson, Leandro e Zumbi causaram as dispensas dos atletas.
O dinheiro que virou o patrocínio faz parte de um projeto visando aos 20 anos da organizada. "Estamos arrecadando para dar um cheque de R$ 100 mil no fim do ano, em nossa festa de aniversário. Vimos a situação do clube e resolvemos antecipar. Já lançaremos uma campanha para recuperar este investimento e ter os R$ 100 mil no fim do ano", explicou Quitéria.
A diretoria aprovou a iniciativa da organizada, vista apenas como comercial, apesar da teórica possibilidade de conflito de interesses. "É uma relação comercial entre uma empresa e outra com preço de mercado. Temos uma boa relação com eles e as portas estão sempre abertas", afirmou o vice-presidente de marketing do Tricolor, Christian Knaut.
O Paraná segue tentando outras vias para sanar seus problemas financeiros. O clube ainda não desistiu de fechar um acordo de 18 meses com a Caixa Econômica Federal.