Conflito entre bola e S/A não preocupa o Tricolor

A cúpula do Paraná não está preocupada com a nomeação de Alex Brasil, gerente de futebol do clube, como diretor de operações da Atletas Brasileiros S/A – empresa que tem o Tricolor como sócio majoritário com 70% das ações, recebeu os direitos econômicos dos atletas paranistas como capital e terá a responsabilidade de avaliar todas as contratações feitas pelo clube.

Segundo o superintendente do Paraná, Celso Bittencourt, o acúmulo de funções de Alex Brasil não é o ideal, mas foi a solução encontrada pela diretoria no momento. "Conforme o dia a dia, caso o Alex não consiga manter as duas posições por causa do tempo, teremos de tomar uma decisão de exclusividade da função."

O conflito de interesses que os cargos de gerente de futebol do Paraná e diretor de operações da Atletas Brasileiros S/A poderia gerar entre o clube e a empresa não vai acontecer, de acordo com Bittencourt. "O Alex é um profissional de alto nível e apenas o conflito de tempo pode ser o problema, e não o comportamento", elogia o dirigente.

Alex Brasil afirma que a dupla função assumida por ele não acontecerá por muito tempo e que só aceitou essa situação para ajudar o Tricolor. "Até a empresa se instituir totalmente, farei uma colaboração com a S/A". Porém, diz que ainda não sabe se volta exclusivamente à gerência de futebol, ou passa a ser o responsável pela captação de novos atletas para a sociedade anônima. "Vai ser uma decisão que eu vou tomar com a minha família. Vou escolher qual das duas funções eu irei levar após a instituição da empresa".

A decisão de se tornar uma empresa de capital aberto é inédita no futebol brasileiro, mas não no mundial. O superintendente Celso Bittencourt explica que isso é comum no Velho Continente e diz que o Paraná teve uma atitude pioneira. "Existe um movimento dos times da Europa para acabar com os direitos econômicos. Eles não admitem a compra de porcentual de jogador e todos os clubes funcionam como S/A. No Brasil, o Paraná acabou saindo na frente, porque os clubes não conseguem fazer capital e nós vamos conseguir através da empresa".