De contrato renovado, meia Lúcio Flávio pede reestruturação do Paraná

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Ensaiada durante toda a semana, a renovação de contrato do meia Lúcio Flávio com o Paraná finalmente se concretizou nesta quinta-feira (8). Para ficar por mais um ano na Vila Capanema, como líder de um elenco limitado financeiramente, o capitão e camisa 10 aceitou renegociar os salários atrasados da temporada passada. Apesar de difícil, o jogador revelado pelo Tricolor pode até se tornar o atleta que mais vezes defendeu o clube na história. Teria de disputar 54 partidas – comparativamente, em 2014 Lúcio Flávio disputou 40 jogos.

Veja o que o ídolo paranista falou durante sua reapresentação na Vila Olímpica.

Negociação da renovação"Conheço bem a questão do clube. Não ia exigir nada que estivesse fora do alcance. O clube se posicionou como poderia viabilizar esse débito que tinha comigo. Depois que nós alinhamos isso, eu não podia ser radical porque certamente eu não estaria aqui. Eu cedi e o clube acabou cedendo em algumas situações."

Motivos para renovar"Eu não queria sair da cidade novamente. Tem de olhar para o lado familiar, evitar tirar as crianças da escola. Outro lado do fato de conhecer, ver a questão de reestruturação do clube e tentar de alguma forma contribuir com isso. Não é costume no Brasil fazer isso, mas procuro sempre me colocar à disposição para o clube poder usar a minha imagem para trazer benefícios em relação à sua marca."

"Em cima das dificuldades e sabendo a importância que eu tenho em relação ao clube me fez pensar nesse sentido [de ficar]. Claro que tenho carinho pelo clube, pelas pessoas que aqui estão e quero ver bem o clube."

Recorde de jogos"O fato de agora aproximar daquele grupo dos atletas com mais de 300 jogos [tem hoje 292, em quarto lugar] pelo clube é uma coisa que atrai bastante, o fato de chegar a um histórico como esse. É uma marca importante em um clube pelo qual passaram jogadores que deixaram a sua marca."

Temporada"Nós conseguimos na reta final da Série B formar um time, uma equipe, mas já foi desmantelado. Então agora passamos a ter um novo processo. É esperar para ver como vamos nos sair durante o Estadual. Se o time encaixar bem, a gente tem de ir passo a passo, primeiro buscando as classificações para depois pensar em algo maior. Mas para o Brasileiro eu acho que ainda precisamos observar o que vai ocorrer nesses quatro primeiros meses."

Expectativa em relação à diretoria"[Espero que possam] tratar em cima de respeito em relação ao profissional. O que eles acordarem, cumprirem. Para que, depois, venham e tenham uma condição de cobrança maior em cima do grupo e do elenco. Porque futebol é assim, tem de ter cobrança até para que depois você possa colher melhores frutos."

Reestruturação do clube"Não adianta o clube querer gastar mais do que pode. É melhor colocar os pés no chão, dentro das suas possibilidades. Trazer um ou outro jogador, mas olhar para a sua base. Um clube como o Paraná, que vive problemas financeiros há anos, tem de fazer o que está ocorrendo agora. Trazer o mínimo de atletas, dentro do que pode pagar, para que durante o ano não se tenha tantos problemas como ocorreu no ano passado."

Estrutura"O clube ainda tem algumas posições a trilhar. Precisa reformular a estrutura. Venho tocando nesse assunto desde o ano passado. É uma questão que provavelmente vai minimizar neste ano com o CT Racco e, consequentemente, vamos ter uma condição melhor de trabalho lá. Com relação aos campos de treinamento, academia, hoje o clube está um pouco aquém de outras equipes. Hoje em dia isso é um diferencial grande para você desenvolver o seu trabalho."

Luciano Gusso"Bastante coerente a permanência dele [como técnico]. O Gusso já estava no clube, conhece os jogadores que permaneceram do ano passado para cá e tem o conhecimento dos jogadores que estão disputando a Copa SP e podem vir a servir o elenco profissional. É uma pessoa qualificada, que tem o respeito dos atletas que permaneceram. Agora é botar em prática o trabalho e o projeto que ele tem de carreira."

Orientação para os mais novos"Tento transmitir aquilo que a carreira me proporcionou durante todos esses anos. Eu vi vários atletas que ao longo da minha carreira tinham potencial, mas por decisões muitas vezes erradas ficaram pelo meio do caminho. Alguns atletas nós sabemos que têm uma cabeça diferente, de saber escutar. Consequentemente, podem ter maiores benefícios ao longo da sua carreira."

Fim da carreira"Ainda não é a minha intenção encerrar neste ano. A projeção é esperar, ver ao longo deste ano como é que vai ser o meu desempenho, principalmente físico, para depois poder definir [o futuro]. Mas no primeiro momento a minha ideia é jogar por mais dois anos."