Contratado no início do ano, o lateral-esquerdo Bruninho, de 21 anos, conta os dias para deixar o Paraná. Treinando separado do elenco principal, ele aguarda as vias judiciais para voltar a Firminópolis, interior de Goiás, sua cidade natal. Consequência de uma série de decepções e desgastes que começaram logo nos primeiros dias em Curitiba.
“Dois dias após ocupar o apartamento, no início do ano, cortaram a luz. Fui à lotérica pagar e avisaram que estava com oito meses de atraso. Tivemos de voltar para um hotel até o clube resolver”, lembra o jogador.
Depois disso, outros infortúnios: falta de pagamento de salário, direito de imagem e fundo de garantia. Por fim, duas ordens de despejo por impontualidade do aluguel de responsabilidade do clube.
“Quinze dias depois de voltarmos para o apartamento, recebemos uma ordem de despejo. Novamente, o clube pediu paciência. No dia 26 de março, nova ordem de despejo, para ser executada em 24 horas. O motivo: o aluguel estava com nove meses de atraso”, narra Bruninho.
Essa última invertida motivou uma medida drástica. No dia 28 de março, véspera do clássico contra o Coritiba, o lateral foi à Vila Capanema. Às lágrimas, avisou o técnico Luciano Gusso que estava indo embora para Goiás. Depois disso, foi afastado do elenco principal e entrou na Justiça.
“A nova diretoria tem tentado conversar, mas, depois de tudo que aconteceu, nem ele e nem sua família querem ficar”, explica o empresário do jogador, Herbson Carlos Paulino. “O Paraná sequer abriu conta para depositar o FGTS do Bruninho. Já falamos para só pagar o que está atrasado e liberar. Mas estão fazendo o Bruninho de bobo, jogando contra a parede”, completa Paulino.
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O diretor de futebol do clube, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, reconhece os débitos anteriores mas afirma que a dívida com o lateral está quitada. “Está tudo pago. Nós assumimos e colocamos em dia. Realmente a diretoria passada estava atrasada, mas nós pagamos”. Não é o que acusa Bruninho. “A nova diretoria prometeu apartamento melhor, novas condições. Mas até agora, nada mudou. Não preciso disso. Tenho uma vida boa na minha cidade”, diz.
Nesta semana, o atleta recebeu uma série de depósitos do Paraná. O primeiro, em torno de R$ 5 mil, o segundo, na faixa dos R$ 700. E outros três, de R$ 900 cada. Os valores, entretanto, não correspondem aos vencimentos do atleta, cujo contrato assinado entre as partes estabelece R$ 8 mil de salário e R$ 3 mil de direitos de imagem por mês.
“Não sei nem o que é esse dinheiro [depositado]. Minha esposa está com medo de ficar aqui, não sai nem pra ir ao shopping que fica ao lado de casa. Não quero ficar treinando separado. Quero ir embora daqui”, diz o lateral.
Para Vavá, no entanto, a situação está resolvida. Ou paga o valor da rescisão contratual ou continuará afastado. Jogar, não vai. “O Bruninho tem tudo pago desde que entramos, o jogador já tinha até um adiantamento que recebeu e simplesmente não vão ficar tirando jogador do Paraná assim. Que pague a rescisão pra sair, senão vai ficar treinando em separado”, decreta o dirigente.
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