Sem reforços, Celso Roth (à esq.) terá de apostar no elenco atual; Claudinei Oliveira convive com atraso no salário dos atletas| Foto: Felipe Rosa/ Tribuna; Antonio More/ Gazeta do Povo

No Coritiba

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Diretoria aposta na "transpiração" para tirar o Coritiba da zona de rebaixamento. Contratação de um psicólogo não está descartada

"Não adianta querer criar ilusão no nosso torcedor. Não haverá mudanças drásticas, nenhuma contratação bombástica", avisa o diretor de futebol do Coritiba, Anderson Barros. Assim, a esperança dos torcedores coxas-brancas na reação da equipe deve se resumir a transpiração. Mesmo após mais uma derrota – a sexta em 11 partidas – e a falta de resposta depois de quase cinquenta dias de treinos, não há revolução prevista no Alto da Glória.

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"Tem de se trabalhar mais e mais. Nada se consegue na vida se não for com muito, muito trabalho. É transpirar muito para se conseguir o objetivo, como temos feito", defende o dirigente, após a reunião semanal de ontem no CT da Graciosa.

O clima é de cobrança. Da diretoria com o departamento de futebol, do departamento com a comissão técnica e os jogadores. "A ansiedade da torcida também é a nossa. A tensão é a mesma. Sabemos da nossa responsabilidade, nunca deixamos de assumi-la", reforça.

Incumbido de colocar em prática uma reformulação expressiva no futebol alviverde, Anderson Barros admite que a expectativa era contabilizar os primeiros reflexos com a retomada do Nacional.

Ele defende que o time trabalhou como poucos durante a parada. Fora de campo seguiu-se um planejamento muito debatido, com uma reforma que atingiu questões administrativa, financeira e conceitual importantes. As medidas incluíram ao menos dez demissões no futebol profissional e o mesmo número ligados ao departamento amador.

De novidade mesmo está a possibilidade de desenvolver um trabalho psicológico na equipe. O clube carece de um profissional específico na área desde a saída de Flavia Foccacia no início deste ano. Apesar da crise no Nacional, a reestruturação do departamento não é um projeto emergencial, mas uma proposta no longo prazo, de atendimento coletivo e individualizado. Não há, entretanto, uma previsão para implantação.

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Questionado se confia que o Coxa escapa da degola – com a qual flerta nas última três temporadas, Barros foi otimista. "O Coritiba terá um bom ano a partir desse segundo semestre e vai reverter essa situação. Muita coisa já foi feita e agora é esperar que se convertam em resultado", espera, assim como a torcida alviverde.

O que acontece?

Cinco motivos que podem explicar a fase ruim coxa:

Camisa 9?

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Quase cinco meses se passaram desde a saída de Deivid e o Coritiba ainda não conseguiu encontrar um camisa 9. Carências no mercado e limitações financeiras impediram a chegada de um homem de referência. O clube segue refém dos centroavantes da casa que não deslancham.

Peneira

Após aparente ajuste na chegada do técnico Celso Roth, com quatro jogos sem gols sofridos (na Copa do Brasil e no Nacional), a "porteira" se abriu. São 13 gols nos últimos nove jogos e apenas contra o Goiás Vanderlei não foi buscar a bola dentro da meta. Desse total, sete tentos sofridos foram de cabeça.

Ambiente

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Atraso no pagamento do direito de imagem – uma parcela do salário – de alguns atletas levaram o atacante Deivid à Justiça pleiteando um montante que chega a R$ 12,5 milhões. Motivados pela inadimplência, o elenco assinou uma carta duríssima de protesto direcionada ao presidente Vilson Ribeiro, que se afastou ainda mais do vestiário. Durante a parada para a Copa, demissões em série serviram para azedar ainda mais o ambiente.

Anfitrião generoso

O tropeço na retomada das atividades pós-Copa despertou críticas de Roth quanto ao comportamento do grupo diante do seu torcedor. Historicamente um trunfo alviverde, o Alto da Glória perdeu força neste ano. Apenas uma vitória, um empate e dois tropeços em casa, que contribuíram para o time habitar a zona de rebaixamento em oito das onze rodadas até agora.

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Alta pressão

A eliminação no Paranaense e o fim dos planos do hexa começaram a esvaziar a paciência da torcida coxa, que trouxe de 2013 a angústia de ver o time brigando contra o rebaixamento. Com o pior início de Brasileiro da história o tom das arquibancadas é de cobranças, vaias e descrédito.

No Paraná

Problemas crônicos como atraso de salários e contratações por atacado impossibilitam o desempenho do Paraná em campoOrganizar fora de campo para voltar a colher resultados positivos dentro dele. Parece tema batido, mas esse é o inevitável caminho a ser seguido pelo Paraná para melhorar a sua situação na tabela da Série B e voltar a sonhar com o acesso, tão desejado pelo torcedor. Atualmente, a equipe está na zona de rebaixamento, com dez pontos em 12 partidas.

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A recorrência do problema crônico da falta de salários, contratações por atacado e a ausência de um gerente de futebol, que faça o meio de campo entre diretoria e jogadores na tumultuada intermediária tricolor, são os pontos iniciais de mudança para que o grupo possa alcançar a tranquilidade necessária e pensar apenas em jogar futebol.

"Quando entramos em campo, esses problemas ficam de fora. Mas é inegável que atrapalha o dia a dia e na questão de preparação e treinamentos", afirma Lúcio Flávio, capitão e um dos mais experientes da equipe. O camisa 10 cobra a presença de um gerente de futebol, vaga não preenchida no clube desde a saída do pentacampeão Roque Júnior, em maio. "Hoje, no futebol, é fundamental ter uma pessoa nessa função. O Paraná precisa disso, para que as coisas possam fluir de forma mais organizada e pontual, para que dentro de campo as coisas também fiquem mais tranquilas", ressalta.

O volante Cambará, no clube desde 2011, vai mais longe e afirma que até mesmo o fato de o time estar levando gols no final das partidas — fato que se repetiu em quatro oportunidades na atual edição da Série B — é decorrência da turbulência extracampo que ronda o clube. "O Paraná tem de melhorar em tudo, porque as coisas de foram interferem em campo. Isto está sendo bem visível, pelo fato da nossa equipe estar tomando muitos gols no final, coisa que não é normal", afirma o atleta, que retorna de contusão.

O goleiro Marcos diz acreditar que o futuro do clube que o revelou passa por uma longa e lenta reestruturação. Pagar dívidas, contratar pontualmente e com cautela e colocar os salários em dia são alguns dos pontos ressaltados pelo arqueiro. "Não adianta dar passo maior que a perna. Batalhamos para que o clube volte para a Primeira Divisão. Mas é importante chegar lá bem estruturado, para nunca mais descer", explica.

O que acontece?

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Cinco motivos que podem explicar a fase ruim tricolor:

Contratações

Ao todo, 36 atletas já desembarcaram na Vila Capa­nema neste ano. Somente antes do Estadual, um pacotão de 15 jogadores foi anunciado, a maioria por intermédio do empresário Marcos Amaral — destes, apenas o lateral esquerdo Breno se firmou como titular. O treinador Claudinei Oliveira ainda pede a chegada de mais um zagueiro, um volante e um meio-campo para fechar o já inchado elenco, que considera jovem para a disputa da Série B.

Dança das cadeiras

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A aposta no desconhecido Milton Mendes no início do ano não deu certo. A equipe acertou com Ricardo Drubscky, que após 11 dias e uma partida se transferiu para o Goiás. Pega de surpresa, a diretoria teve de correr para acertar com o atual treinador.

Atraso salarial

Ainda no Paranaense, na véspera da segunda partida das quartas de final, contra o Atlético, os jogadores não treinaram e não concentraram por falta de pagamento. Em campo, o resultado foi um desastre: a equipe perdeu por 2 a 0 para o sub-23 do rival e deu adeus à competição. Na intertemporada, pelo mesmo motivo, o time perdeu treinamentos e não compareceu a um jogo-treino marcado com o Coritiba.

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Saída de cacique

Desacordos entre o empresário Marcos Amaral e o ex-gerente de futebol Roque Júnior terminaram com a saída do pentacampeão. O cargo é ocupado temporariamente pelo superintendente Celso Bittencourt — especula-se a contratação de Ricardo Machado Lima para a função.

Estrutura

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Mais de uma vez, atletas e comissão técnica reclamaram das condições de treinamento para a equipe. Com o gramado da Vila Capanema preservado, a Vila Olímpica restou como única opção. Após as críticas ao local, a diretoria alugou o CT Barcelos para que o time pudesse treinar.