Criada por um grupo de investidores, em 2010, para transformar os direitos econômicos dos jogadores paranistas em ações, a Atletas Brasileiros S/A sobrevive, mesmo que sob uma aparente inoperância.
A expectativa inicial da empresa, da qual o Paraná tornou-se sócio majoritário, com 72% das ações, em março do ano passado, era de ingressar na Bolsa de Valores em abril de 2013. Entretanto, um ano e meio após a divulgação da parceria, a entrada no mercado de ações segue indefinida.
A demora em concretizar os planos anunciados tem assustado alguns acionistas em sua maioria, torcedores paranistas. O advogado Raphael Struszike, 29 anos, investiu cerca de R$ 1.500 em março do ano passado. A falta de retorno e os atrasos no planejamento, entretanto, o deixaram pessimista quanto a um futuro lucro com a operação.
"Se fosse outra empresa, eu pensaria em processar. Só não faço isso porque se trata do Paraná, mas sei que talvez eu não tenha nenhum retorno. Se você me perguntar hoje, sou taxativo quanto a isso. O tempo vai passando e ficamos descrentes", revela Struszike.
A desconfiança dos acionistas não preocupa o atual presidente da sociedade anônima. David Formiga afirma que a empreitada da Atletas segue dentro do cronograma. "Essa demora [para entrar na Bolsa] nada mais é que uma decisão estratégica. O nosso cronograma atual busca o fortalecimento da empresa, antes de abrir capital na Bolsa. A empresa está em negociações, está operante, os relatórios e balancetes estão no site", explica.
"A Atletas está se sustentando. Não está ganhando milhões, mas está no azul, este é o objetivo. Depois da entrada na Bolsa, esperamos que o futuro nos leve a caminhos melhores", acrescenta Formiga.
Outro investidor que trabalha no setor de compras de uma multinacional e preferiu não ser identificado diz-se otimista. Para ele, os investidores precisam se aproximar da empresa para evitar a insegurança.
"Temos um canal de comunicação aberto com a empresa que todo acionista pode utilizar. A Atletas está demorando para entrar na Bolsa, mas isto não me preocupa. Houve percalços, a empresa passou por mudanças e isso atrasou as coisas. Comprei as ações há algum tempo, acompanho o mercado e estou confiante no retorno do investimento", defende.
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