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Celso Bittencourt reclama que não foi chamado pela atual direitoria para esclarecer pontos do balanço. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Celso Bittencourt reclama que não foi chamado pela atual direitoria para esclarecer pontos do balanço.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

A divulgação do balanço financeiro do Paraná referente ao exercício de 2014, no último dia 30 de abril, gerou controvérsias entre membros da atual e da antiga diretorias do clube.

Vice-presidente de futebol durante a gestão do presidente Rubens Bohlen à frente do Tricolor entre 2012 e 2015, Celso Bittencourt alega que não teve participação na elaboração do atual balanço vetado pelos novos dirigentes.

“Como nos últimos quatro anos participei da elaboração dos balanços, me coloquei à disposição para ajudar. Mas optaram por não me ouvir, o que respeitei, apesar de entender que quem deveria apresentar o balanço e defender seus números fossem os participantes da gestão e não quem entrou agora”, argumenta.

Presidente do Conselho Fiscal paranista, Thiago Oliveira, nega que o ex-diretor tenha tido a participação negada. “O Celso fala que foi proibido de participar, mas esteve no clube até dezembro de 2014 e não estava nem aí. Nunca se preocupou. No ano passado, entregaram apenas em junho o balanço, contrariando a lei”, diz Oliveira.

Bittencourt também contesta o déficit de 2014. O passivo total, contando com o contingenciamento de ações judiciais, foi de R$ 76 milhões. Deste valor, segundo o balancete, R$ 11 milhões não dizem respeito a ações judiciais, mas sim à gestão financeira do clube.

“Além das ações do Banco Central [R$ 30 milhões], Ministério Público [R$ 7 milhões] e empresa Systema [R$ 27 milhões], uma série de ações impetradas antes de 2012, de gestões anteriores, não deveriam ter sido contingenciadas. Todas estas ações contingenciadas totalizam R$ 76 milhões. Ou seja, se não tivessem sido contingenciadas, o resultado da gestão anterior seria próximo a zero”, defende.

Roberto Santos Anhaia, contador do Paraná, rebate. “Se a gente fechar o balanço sem as contingências feitas em 2013, fecha-se nos R$ 11 milhões”, garante.

Investimentos na base

A discórdia continua. Bittencourt reclama do item “Partes Relacionadas” do balanço, que diz respeito a empréstimos realizados por ex-dirigentes ou empresários ligados ao clube. O valor saltou de R$ 5,4 milhões, em 2013, para R$ 8,6 milhões em 2014.

“Não houve nenhum fato para esse aumento exorbitante”, contesta Bittencourt. “Ou fizeram regularização retroativa de crédito de ex-diretores, como Aquilino Romani, Waldomiro Gayer Neto e outros. Ou contabilizaram a bancagem da base pelo Carlos Werner como mútuo, quando teriam que colocar como receita de vendas de direitos econômicos, pois suas contribuições foram assim documentadas”, prossegue.

Segundo Bittencourt, Romani emprestou R$ 399 mil ao Paraná durante sua gestão, entre 2010 e 2011. Outro membro dos Paranistas do Bem, Gayer Neto, tem a receber R$ 19.470, nos mesmos moldes de Romani.

O contador do Paraná nega que tenha havido regularização retroativa, mas confirma que o investimento de Werner no Ninho da Gralha foi contabilizado. “O Carlos Werner fechou R$ 1,1 milhão de investimento no Ninho até o momento. Ele e o Leonardo Oliveira [também dos Paranistas do Bem] emprestaram esse dinheiro com garantia em futuras vendas de atletas da base. Caso não sejam vendidos os atletas, o Paraná terá que pagar essas pessoas”, diz Anhaia.

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