José Carlos de Miranda deixou a presidência do Paraná há sete anos, mas o legado deixado por sua administração (2004-2007) continua bem presente no dia a dia do clube. Prestação de contas relativa ao leilão da subsede do Tarumã, divulgada na terça-feira pela atual diretoria, mostra que a administração do professor aposentado foi a que mais deixou dívidas de herança para o Tricolor, um total de R$ 10,1 milhões.
O valor representa cerca de 1/3 dos R$ 30 milhões arrecadados pelo Paraná com o arremate da área de 50.170,62 metros quadrados pelo grupo Tacla. Ainda segundo a nota do clube, pouco mais de R$ 27 milhões foram usados para quitar dívidas. Somente os débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) consumiram R$ 13,4 milhões ou 49,74% do total. Foi justamente esse tipo de débito R$ 7,1 milhões que dominou a gestão Miranda.
"Não nego que deixei dívidas também, mas a situação do clube era bem pior. Já vínhamos de uma crise financeira, nem conta no banco tínhamos de tantas ações", explicou, por telefone, o ex-dirigente, que agora administra uma pousada em Morretes, no Litoral de estado. "Terminamos financeiramente estáveis e a única catástrofe foi ter perdido aquele título paranaense de 2007 para o Paranavaí", emendou, trocando o insucesso financeiro pelo técnico.
Além do INSS, a "herança Miranda" abraça também uma dívida de R$ 3 milhões com a empresa Systema, do empresário Léo Rabello, quitada também com a venda do Tarumã. O débito se deu pelo fato de o Paraná ter se recusado a repassar a fatia de Rebello (68%) nos direitos de Thiago Neves. O caso segue na Justiça. "Nunca acusei, quando presidente, as diretorias anteriores, pois sei que o futebol é dinâmico", desconversou ele, para logo em seguida se contradizer e dar uma alfinetada na atual gestão de Rubens Bohlen. "Causa mal-estar na torcida anunciar que iria sobrar dinheiro do leilão para montar uma equipe capaz de subir para a Série A mas isso não acontecer", cutucou.
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