Cinco dos dez ex-presidentes do Paraná opinaram quanto à possibilidade de venda da sede social da Kennedy. Na última quinta-feira (29), o Conselho Deliberativo do clube votou favorável à venda de dois terços do local.
Três deles, Aramis Tissot (1990/91), Ernani Buchmann (1996/97) e José Carlos de Miranda (2004/07), argumentam que o clube chegou a um ponto em que não tem alternativa. Por outro lado, defendem que o Tricolor deve aprender com os erros do passado, quando se desfez da antiga sede do Britânia e da sub-sede do Tarumã sem, no entanto, resolver suas pendências financeiras.
“Não me sinto confortável com a venda, por muito tempo vi serem lançadas todas as pedras fundamentais, participei da construção, é doído, sem dúvida. Mas é preferível vender a perder patrimônio”, admite Tissot, primeiro presidente da história, que argumenta que a verba obtida com a transação deverá servir exclusivamente para pagamento de dívidas e, caso possível, investimentos na Vila Olímpica do Boqueirão.
“Tem de haver uma comissão interna para fiscalizar esse dinheiro, que não pode ir para o futebol e nem ficar na mão de nenhuma diretoria”, prossegue.
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Opinião compartilhada por Buchmann. “Não vejo grandes problemas com relação a essa venda de patrimônio. Os clubes não se podem dar ao luxo de ter um grande número de sedes que não são mais utilizadas pelos sócios”, opina. “Mas já vendemos outros patrimônios que não resolveram a situação. É uma lição a ser aprendida”, completa.
Por fim, Miranda afirma que, ou o Paraná vende a sede, ou as ações trabalhistas impedirão a continuidade do clube seguir existindo. “A partir da gestão do Ocimar Bolicenho (1994/95) as coisas complicaram muito. Sou favorável a essa venda. Dessa vez vai haver um grupo que vai coordenar a aplicação do dinheiro obtido”, assegura.
Já o ex-presidente Rubens Bohlen (2012/15) criticou o fato de a diretoria considerar esta a única alternativa para o clube. “Poderia até manter a venda, mas deveriam analisar melhor outras opções e projetos também”, analisa.
Darci Piana (1992/93), por sua vez, foi o mais crítico na análise. Segundo o ex-cartola, a rapidez com que a decisão foi tomada deve ser recebida com reservas. “Estou achando uma decisão muito precipitada para ser tomada em uma única reunião”, critica. “O Paraná vai cumprir com seus compromissos a partir da venda?”, indaga.
Outro ex-mandatário, Aurival Correia (2008/09) disse que não participou do processo e, portanto, não opinaria. Ocimar Bolicenho (1994/95), Dilso Rossi (1998/99), Ênio Ribeiro de Almeida (200/01) e Aquilino Romani (2010/11) não foram encontrados pela reportagem.