Leiloada nesta quinta-feira (11) por R$ 11,65 milhões para pagar dívidas trabalhistas do Paraná, a perda da Vila Olímpica doeu em especial em uma família tricolor: a do ex-presidente do Pinheiros Érton Coelho Queiroz. O dirigente do clube que, junto com o Colorado, deu origem ao Tricolor em 1989, foi o principal responsável pela aquisição do terreno de 66 mil metros quadrados no bairro Boqueirão e a construção do estádio, além do parque social na Kennedy. Tanto que a segunda casa paranista leva oficialmente o nome do ex-presidente, morto em 1986, aos 49 anos.
“Se fosse preciso, ele tirava dinheiro do próprio bolso para manter o clube em ordem. Ele até largou o escritório de contabilidade que trabalhava para se dedicar ao Pinheiros e a construção da Vila Olímpica”, recorda Félix Queiroz, irmão de Érton, que, ao ser informado do leilão, arrematado pela empresa Seagull Incorporações e Participações, emocionou-se.
Outro irmão de Érton, Walter Queiroz, também reforçou a dedicação do dirigente em levantar o estádio, inaugurado em 1983, com capacidade para 10 mil pessoas. “Se ele estivesse aqui, não deixaria o Paraná chegar nesta situação lamentável”, desabafou Walter, que é conselheiro do Paraná. “Não chamaram os conselheiros mais antigos para discutir o assunto. Isso é a culpa da falta de administração ao longo dos anos”, lamenta ele.
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Manoel Queiroz Neto, filho do ex-presidente pinheirense, chegou a chorar ao recordar do esforço do pai para deixar o patrimônio para o clube. “Eu jamais acreditaria que isso fosse acontecer. Meu pai não fez isso sozinho, era toda uma equipe e graças a eles o clube hoje existe”.
Das lembranças que Manoel guarda do pai e do estádio que o Paraná agora vai tentar reaver na Justiça, está uma de quando a Vila Olímpica ainda estava em construção. “A última vez que bati bola com meu pai foi naquele gramado, quando eu ainda era adolescente”, recorda. “A história é muito importante para você não perder as coisas. Mas, infelizmente, é isso que está acontecendo com o Paraná. O clube está acabando”, finalizou.
Colaborou: Daniel Malucelli
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