No último sábado (14), a diretoria da Fúria Independente, principal torcida organizada do Paraná, doou um cheque simbólico de R$ 200 mil ao clube. A entrega foi feita na festa de 20 anos da organizada, que ocorreu na Vila Capanema, e contabiliza todo o valor doado ao Tricolor em 2013, incluindo patrocínios em três partidas. O valor ajudou o Tricolor em mais um ano difícil financeiramente: assim como em 2012 e 2011, o time enfrentou sérias dificuldades para manter os salários de jogadores e funcionários em dia.
Como o Paraná jogou a Série B de 2013 sem um patrocínio master fixo, a Fúria estampou sua marca no uniforme da equipe em três jogos, contra Sport (24/08), Guaratinguetá (31/08) e São Caetano (10/09). A iniciativa da torcida foi inédita no Brasil e totalizou aproximadamente R$ 75 mil em patrocínio. Além disso, a torcida ainda contribuiu com outros valores pontuais e fazendo o contato com outros patrocinadores.
"Foi um valor que agregou em uma hora fundamental. Mas o importante é o trabalho que a Fúria fez no ano todo de trazer o torcedor de volta ao estádio. Passamos de uma média de 3,5 mil pagantes para 7 mil. É uma organizada que nos ajuda financeiramente e ainda traz a torcida, um exemplo para as organizadas do Brasil inteiro", defendeu o vice-presidente paranista, Luis Carlos Casagrande.
O dirigente afirma que neste ano o clube parou de fornecer ingressos à organizada - polêmica que veio à tona novamente com o fato de a diretoria do Vasco ter bancado parte do custo da viagem da Força Jovem a Joinville, onde se envolveu em pancadaria com a torcida do Atlético na última rodada da Série A. Mesmo vivendo uma situação inversa, em que o clube recebe dinheiro da torcida, Casagrande não acredita que a Fúria irá cobrar a conta no futuro. "Está tudo bem acertado, não corremos esse risco", aposta o dirigente.
Pouco antes do fim da Série B, a Fúria Independente publicou um nota enfatizando a mudança de postura da organizada. O texto lembra que o grupo deixou a violência - a organizada chegou a ameaçar dirigentes e a invadir o vestiário do time em anos anteriores - para somente apoiar o time na arquibancada e com dinheiro. Parte do valor doado ao clube, por exemplo, foi arrecadado com a venda de material da Fúria (como camisas e outros produtos da uniformizada), de mensalidades dos integrantes e de outros projetos, como rifas.
A promessa da organizada é que em 2014 isso ocorra novamente.
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