Revelado no Paraná, o meia Lúcio Flávio é o símbolo da identificação do elenco com o clube| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Elenco

Paraná confia nos ‘vovôs’ contra jovens atleticanos

Atlético e Paraná se distanciam ainda mais quando o quesito idade é colocado na mesa. Enquanto o Rubro-Negro tem um dos grupos mais jovens da competição (o 3º com 23,7 anos de média), o Tricolor está entre os "vovôs" (16º com 27,5 anos) – levando em conta a escalação de todas as equipes titulares da Série B na 18ª rodada. Apesar de os números apontarem para um desnível de experiência, o Furacão buscou jogadores com "perfil de Segundona" para se igualar aos times com elencos mais calejados. Casos como os de Weverton, Maranhão, João Paulo, Derley e Marcão, com no máximo 27 anos, mas com passagens pelo segundo escalão do futebol nacional.

No Paraná, a jovem base que foi utilizada principalmente na Série Prata do Paranaense foi complementada com atletas mais rodados para a competição nacional. E grande parte deles foi escolhida sob medida por Ricardinho, como Anderson, Zé Luís e Lúcio Flávio. (GR)

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Tricolores

Liberado

O meia Douglas Packer (foto 2) teve, enfim, seu nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF ontem e já pode atuar no clássico. Um dos jogadores com maior tempo de casa no atual elenco paranista, Packer chegou ao clube por empréstimo no começo do ano passado, vindo do Siena, da Itália. O empréstimo, contudo, terminou no dia 30 de junho. O atleta assinou com o Tricolor até 30 de novembro, mas só agora foi liberado para jogar.

O atacante Marcão puxa a fila dos forasteiros que vieram para o Atlético recentemente para encorpar o grupo que disputa a Segundona nacional
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Paraná e Atlético fazem amanhã, às 16 horas, na Vila Capanema, um clássico de campanhas semelhantes, mas de formações de elencos essencialmente distintos. Na Segunda Divisão desde 2008, o Tricolor resolveu apostar em duas vertentes principais para buscar o retorno à elite: experiência na montagem do elenco e identificação com as cores do clube. Por outro lado, o Atlético tem levado a campo jogadores sem ligação afetiva com o Rubro-Negro e, na maioria dos casos, recém-chegados ao CT do Caju.

O resgate da identidade paranista não ficou apenas na escolha de Ricardinho como técnico. Dos 13 jogadores que mais têm subido ao gramado entre os titulares, oito tiveram passagens anteriores pelo clube ou já estavam no elenco pelo menos desde o ano passado.

O lateral Fernandinho, de 31 anos, é um deles. Antes do retorno ao Paraná nesta temporada, já havia defendido a equipe em 2003. Tanto que tem fresco na memória a estreia com a camisa do Tricolor, exatamente contra o rival de amanhã. "Eu estreei contra o Atlético, a gente ganhou de 3 a 0 e fiz um gol, lá no Pinheirão. Mas perdi um pênalti também, antes que alguém lembre o negativo aí. Já estava cansado, foi no final do jogo, tem que considerar", brincou o jogador.

Aos 33 anos, Lúcio Flávio é o símbolo de prata da casa que retornou às origens. Ele jogou pelo Tricolor de 1997 a 2001 (somente em 1999 esteve no Internacional). Além dele, o carimbo tricolor está presente em outros titulares. Casos de Luís Carlos, Paulo Henrique, Alex Alves, Cambará, Luisinho e Welington, que vieram da base ou estão há mais de um ano na Vila.

Pelo lado rubro-negro, após a diretoria ter apostado nas categorias de base no início do ano, a "pegada" da Série B exigiu outro perfil de jogador. Alteração que se intensificou com o ex-técnico Jorginho, que praticamente montou o atual time-base – foi demitido antes de testar todos os atletas.

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Dos 11 prováveis titulares contra o Paraná, apenas três vieram da base e resistiram – Manoel, Cleberson e Deivid. Dos "forasteiros", à exceção do goleiro Weverton, que chegou no final de maio, o que tem mais tempo de casa é o lateral Maranhão, cujo contrato começou em 9 de julho. E há quem chegou há menos de um mês, como Felipe, Henrique e Marcão, que mal foram apresentados. Mesmo assim, já assumiram a titularidade. O atacante Marcão, aliás, em quatro jogos, anotou três vezes.

Essa falta de identidade com o clube e a expectativa de encarar um rival tradicional tem mexido com o elenco. "Até pela formação desse grupo, a expectativa é diferente entre os jogadores. A maioria não participou [de um clássico paranaense] e isso vira um ingrediente a mais para o jogo", reconheceu o técnico Ricardo Drubscky.