Sede social da Kennedy, xodó paranista de R$ 80 milhões: venda do imóvel ou um projeto para se tornar rentável?| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

De um lado, a diretoria do Pa­­raná já se pronunciou: não tem planos de abrir mão de mais um patrimônio. Do outro, a principal torcida paranista, a Fúria Independente, com o endosso de jogadores do porte de Lúcio Flávio, defende que é hora de abrir mão de outra sede para fazer caixa. No meio disso, a dúvida se a venda da sede da Kennedy, que abriga a parte administrativa e social, seria a solução para a penúria tricolor.

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"É um contrassenso. É pre­­ciso encontrar um mode­­lo mais democrático e eficiente para os clubes de futebol no Brasil que não seja renegar sua história. A maior parte das receitas e despesas vêm do futebol, não do social e o valor da venda não resolveria o problema", destaca o coordenador de projetos e responsável pelo MBA em Gestão, Mar­­ke­­ting e Direito no Esporte da Fundação Getulio Vargas (FGV), Pedro Trengrouse.

No caso do Paraná, o déficit do social nos últimos cinco anos tem sido em torno de R$ 900 mil/ano, em que a maior despesa são os salários dos funcionários (R$ 2,3 milhões/ano, em média). A dívida do futebol é maior – R$ 6,1 milhões (2010), 2,4 milhões (2012), e em 2013 ficaria em R$ 4,4 milhões, se não fosse o leilão da sede do Tarumã. A maior despesa do futebol também é salarial. Em 2013, ficou em R$ 11,5 milhões.

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Em avaliação feita a pedido do Tricolor, a sede da Kennedy valeria R$ 80 milhões. Só o terreno de 35 mil m² (sem contar as construções e benfeitorias) vale R$ 50 milhões. O engenheiro civil e proprietário da empresa de avaliação imobiliária Avaliar Engenharia, Antonio Giacomo Trica, considera que a venda da sede resolveria os problemas do Paraná, concentrando-se apenas no futebol. "Vantajoso seria vender o patrimônio todo que está ali, o que exige um levantamento cuidadoso, considerando as construções, benfeitorias, máquinas, móveis", diz.

Nessa conta, ele alerta que o clube arrendou o salão de fes­­tas para o Espaço Torres (em 2012, por 20 anos) e uma possível quebra de contrato poderia gerar uma multa que diminuiria o lucro da venda da sede. "Também tem de se pensar o passivo trabalhista com a dispensa dos funcionários."

O diretor financeiro do Sin­­dicato dos Corretores de Imóveis do Paraná (Sin­­di­mó­­veis), Marcelo Freitas, diz que encontrar interessados em fazer negócio não seria problema. "Mais provável que o investidor esteja interessado apenas no terreno, avaliado em R$ 50 milhões. Não vale a pena para o Paraná se desfazer desse patrimônio. Poderia encontrar outras operações. Tem de transformar esse patrimônio em renda", opina.

Essa parece ser a opção da atual diretoria. "Queremos ren­­tabilizar a sede", afirmou o presidente Rubens Bohlen nesta semana. Há a intenção de construir um estacionamen­­to ou um prédio comercial que possa ser terceirizado.

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