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"A torcida vai pôr fogo na Vila", avisa Dado
O Paraná espera contar com o apoio de seu torcedor para a partida com o Bragantino, hoje, às 21h50, na Vila Capanema. Para tanto, a diretoria do clube fez uma promoção e os bilhetes para a Curva Norte e a Reta do Relógio passaram a custar R$ 20 valor que cai pela metade para quem for com a camisa do time ou da torcida.
"Confiamos em nosso elenco e estamos pedindo total apoio da torcida. Queremos a Vila lotada, apoiando o time nessa reta de chegada. Vamos subir, mas para isso precisamos da torcida ao lado do time", declarou Celso Bittencourt, superintendente do Tricolor.
"Nós precisamos acender o fósforo. Não tenho dúvida que o torcedor vai fazer a parte dele e tocar fogo na Vila. Mas nós temos que primeiro fazer a nossa parte em campo", comentou o técnico Dado Cavalcanti, que pode ter até nove desfalques para montar o time.
No último domingo os paranistas já demonstraram disposição para empurrar a equipe de volta ao G4 da Série B. Os torcedores lotaram o saguão de desembarque do Aeroporto Afonso Pena para recepcionar a delegação que retornava de Fortaleza, após o empate por 1 a 1 com o Ceará.
O Paraná personificou no atacante JJ Morales a reação que precisa encampar na Série B. Repetindo a estratégia do empate com o Ceará (1 a 1), o argentino vestirá novamente a camisa 10 tricolor para o duelo com o Bragantino, hoje, às 21h50, na Vila Capanema.
Uma escolha de Dado Cavalcanti repleta de simbologia. Desde que desembarcou no Durival Britto, em janeiro, Morales jamais foi titular absoluto embora sempre tenha desfrutado da simpatia da torcida. Neste Brasileiro, iniciou em seis partidas e veio do banco em 10. Marcou seis gols, o último na rodada anterior.
Além disso, o estilo de jogo do cabeludo não lembra em nada a elegância dos boleiros acostumados com a 10 ou, como se diz na terra natal do avante, "El Diez". Entretanto, a disposição de Morales é tanta que justifica entortar o conceito da numeração normalmente conferida aos craques.
"Existe uma simbologia no futebol mundial. Na maioria das vezes, o camisa 10 é elegante, de toque refinado. Mas eu decidi dar a 10 para o jogador que tem a maior força interna no grupo", justifica Cavalcanti.
Após permanecer por 16 rodadas no G4, o Tricolor é atualmente o 5.º colocado, com 45 pontos. Está a um ponto de distância do Avaí, na 4.ª posição. Restam apenas nove rodadas para o desfecho da Segunda Divisão.
De acordo com o treinador, a artimanha psicológica para a recuperação na competição já surtiu efeito em Fortaleza. Mesmo enfrentando o Ceará em franca ascensão, e empurrado por mais de 30 mil pessoas no Castelão, o Paraná mostrou força para estancar a série de três derrotas.
"Conversei com o Morales antes do jogo e pedi que ele não fosse o Messi ou o Maradona, mas o Morales que nós precisávamos, que contagiasse os outros. Foi o que aconteceu. E vamos precisar muito mais dessa força interior do que da técnica daqui para frente", complementa Cavalcanti.
Coincidentemente, logo após anunciar a manutenção do atleta com a 10 para hoje, o técnico ainda ouviu uma sugestão de um torcedor-mirim que acompanhava o treino de ontem no Durival Britto. "Quer uma dica? Põe o Morales de titular."
Tímido e ainda lutando para misturar o português ao espanhol, Juan José Morales parece, ou prefere, não demonstrar a importância repentina. "O treinador viu que eu estava fora muito tempo, como aconteceu com vários atletas. Agora depende do meu esforço para continuar", declarou.
Já sobre a condição de "brigador", o mais novo camisa 10 sabe o que se espera dele: "Nós temos de lutar até o último jogo. Suar a camiseta, defender o clube até a morte. O meu trabalho é esse e quando eu faço os gols fico ainda mais feliz".
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