Ídolo, recordista com a camisa paranista na Vila Capanema, 301 partidas pelo clube em que foi revelado. Na tarde de segunda-feira (25), o meia Lúcio Flávio deu adeus ao Paraná e revelou que, em três anos, nunca recebeu salários em dia.
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Com o futuro em aberto, o meia de 36 anos garante que planeja jogar no mínimo até dezembro de 2016. E não descarta voltar a defender o Coritiba e mesmo atuar pelo Atlético, rivais do Tricolor. Confira a entrevista completa.
De que forma aconteceu o acordo para sua saída?
No futebol se usa muito a palavra mercenário. Mas, pelo meu histórico no Paraná, certamente não é o caso. O clube tem uma nova situação financeira. Todos estão cientes de que 2014 foi muito duro. Atletas como eu e Marcos chegamos a ficar nove meses sem receber. Em janeiro de 2015 fiz acordo para ir recebendo os atrasados junto com o salário mas, até o momento, não aconteceu. Quando retornei, não pensava em sair antes do fim da carreira.
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Em 2014, você recebeu uma proposta do Atlético. Em 2015, sondagens do Coritiba. Jogaria por um rival do Paraná?
Já tive uma passagem pelo Coritiba. Isso é uma questão do torcedor, a questão do coração. Encerro um ciclo no Paraná e fico aberto a uma situação de contrato com qualquer clube. Entendo assim: o respeito do atleta é, a partir do momento em que assina com um clube, respeitá-lo e honrar a camisa. No ano passado, recebi proposta vantajosa do Atlético mas, com o Paraná brigando pra não cair para a Série C, optei por ficar.
Pensa ainda em encerrar a carreira no clube?
Quem sabe. Vamos ver a situação. A gente não pode dizer nunca para nada. Hoje estamos de uma maneira mas, no final do ano, não sabemos. Vamos deixar em aberto. Até mesmo na condição de auxiliar-técnico ou no departamento de futebol.
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Mesmo com a nova política de cortes de custos, o Paraná tem chances de brigar pelo acesso?
Acho que sim. A montagem tem sido bem feita. Mas a gente sabe que falta entrosamento, porque mudou muito e se corre o risco de perder pontos importantes até achar o encaixe ideal.
O Paraná tem uma dívida com você. Caso o clube não consiga pagar, você entraria na Justiça para cobrar?
Pagar é o mínimo que o clube tem que fazer neste momento. Espero que não precise chegar a essa situação. Entendo o momento do clube, vamos tentar diluir este valor. Tenho carinho, mas tenho uma família que depende de mim. Então, sempre pensarei primeiro na minha família. Certamente jamais deixaria de lado algo que temos a receber.
Qual o balanço que você faz da sua terceira passagem pelo Tricolor?
Não foi como gostaria. Na realidade, não sou de quebrar contrato, não gosto disso. Mesmo assim, gostaria de pedir que o torcedor não desista do clube. Não sabemos se o acesso virá esse ano, mas uma base tem que ser iniciada e, na frente, os frutos colhidos serão melhores. Não adianta criar uma situação de acesso, como vimos em outros anos, sabendo que o clube não tem como se sustentar o ano todo e depois ter desilusões.
Você sai frustrado?
Desejava permanecer o ano todo. Mas a gente respeita a decisão da diretoria, que pensa diferente da antiga. Quando renovei, tinha situações pessoais baseadas em cima do salário acordado e agora não poderia voltar atrás. Não tivemos possibilidade de um acordo. É um momento delicado para a torcida. Não sou unanimidade, mas sei que a maioria vai estar frustrada com isso.
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