Matheus Saroli, filho do técnico Caio Júnior, negou que a família do treinador morto no acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, em novembro do ano passado, vá pedir na Justiça R$ 30 milhões de indenização ao clube catarinense. Saroli concedeu entrevista na noite desta quarta-feira (5), durante a inauguração da sala de imprensa “Caio Júnior” na Vila Capanema, antes do duelo do Paraná contra o ASA pela Copa do Brasil.
“No momento nós não temos nenhum processo contra a Chapecoense. E o valor que foi dito nós nunca pensamos. Entre eu e meu advogado nós não falamos sobre valores. Então essa é uma situação que eu quero deixar claro porque deixa uma imagem equivocada sobre a nossa família”, afirmou.
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A informação dos R$ 30 milhões foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de São Paulo e veiculada posteriormente pela Gazeta do Povo com base nos cálculos de valores trabalhistas do salário de Caio Júnior até sua expectativa de vida. O treinador recebia aproximadamente R$ 120 mil e faleceu aos 51 anos na tragédia aérea em Medellín, na Colômbia. Outras 71 pessoas morreram no avião que levava a Chapecoense para a final da Sul-Americana do ano passado.
O advogado da família, Luiz Pereira, explica que os valores não são calculados pela família e sim pelo juiz que será responsável pelo caso. A ação trabalhista na Justiça deve ser protocolada ainda nesta semana.
Em desabafo, filho de Caio Jr. dispara contra ‘ganância’ da Chapecoense
Leia a matéria completaCaio Júnior é homenageado na Vila Capanema
A sala de imprensa da Vila Capanema agora tem nome: Caio Júnior. Pelo Tricolor, ainda como jogador, ele foi campeão paranaense em 1997 marcando dois gols no jogo do título do pentacampeonato regional . Já como técnico, comandou o clube na histórica campanha do Brasileirão de 2006, em que o Paraná terminou em 5º lugar e garantiu participação na Libertadores do ano seguinte, a única participação da história do clube no torneio.
“Qualquer homenagem que a gente faça ao Caio será pouco. Ele era praticamente um embaixador do clube, sua imagem estava sempre vinculada ao Paraná. A nossa torcida está honrada por essa homenagem”, disse o presidente Leonardo Oliveira.
Responsável pela contratação de Caio Júnior em 2006, o ex-presidente José Carlos de Miranda também prestou sua homenagem. “Tem pessoas que merecem ser eternizadas. O Caio é exemplo deste tipo de pessoa. Eu não sou religioso, mas nós somos eternos. E o Caio é o exemplo da eternidade”, declarou.
Veja a nota publicada pelo filho de Caio Júnior sobre a ação contra a Chapecoense
“Hoje eu e minha familia estamos aqui felizes e orgulhosos no evento que batiza a nova sala de imprensa do Paraná Clube com o nome do meu pai. É um clube que ele amava e que tem uma grande gratidão com ele e com a nossa familia. Estamos passando por momentos difíceis, sendo diariamente lembrados da ausência do meu pai. Sobre a questão que surgiu essa semana, temos o seguinte posicionamento:
A opinião e sentimentos das famílias que foram diretamente afetadas é diferente da opinião das pessoas que vem a situação de fora, ou das pessoas que foram contratadas pelo clube pós-tragédia . Isso é indiscutível.
Não temos um processo vigente contra a Chapecoense que exige um pagamento altíssimo como foi divulgado. Isso é especulação. Vamos entrar com uma ação sim, contra o clube ou outros, sobre questões especificas que não estão resolvidas e não ficamos satisfeitos. Assim como outras famílias. Mas em momento algum citamos ou esperamos algum valor como foi citado. Isso cabe à justiça determinar. Esse tipo de informação cria opinião e também uma imagem que não corresponde com a nossa e com a do meu pai.
Quero deixar claro que temos um carinho e um respeito grande em relação a Chapecoense, temos memórias incríveis do clube e da cidade. Mas hoje em dia temos uma pequena relação com as pessoas do clube, somente com o nosso amigo e Presidente, Sr. Maninho. Portanto nossa relação não é mais a mesma. Queremos que meu pai seja lembrado por seu trabalho e caráter, justamente o que celebramos aqui hoje, e não por uma possível polêmica que não deveria nem ter sido criada”
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