Prata da casa
Técnico pede à torcida paciência com jovem dupla de atacantes
Com a confiança do técnico Toninho Cecílio desde a vitória sobre o Paranavaí, no encerramento do primeiro turno, os pratas da casa Júlio César e Carlinhos foram defendidos pelo treinador após a vitória do Paraná sobre o Nacional. O resultado modesto não incomodou o técnico, que pediu paciência da torcida com os jovens atacantes.
"Eles têm muito potencial na jogada individual, na movimentação, mas são jovens e em algum momento não vão ter regularidade. Isso é normal e eu estou gostando muito do que eles estão fazendo", afirmou o técnico. Na 11ª rodada, tanto Carlinhos quanto Júlio César agradaram ao treinador. O primeiro marcou gol e o segundo deu assistência para que Welington abrisse o placar diante do Vermelhinho. Em Rolândia, não repetiram o bom rendimento.
A confiança do técnico é justificada pela política de recrutar cada vez mais jovens das categorias de base e incorporá-los ao elenco profissional do Paraná. Na Série B do ano passado, o meia Luisinho e o zagueiro Alex Alves formados pela base tricolor foram os principais destaques do time. "Temos bons exemplos, como o do Luisinho, que fez uma ótima Série B. Então, temos certeza que vai dar certo", argumentou Cecílio. Desde o início da temporada, Luisinho vem sendo criticado pela torcida e perdeu espaço no time para Aymen.
Ao contrário da largada arrasadora no Campeonato Paranaense, quando venceu o Nacional por 4 a 0 na Vila Capanema, o Paraná teve um início de returno tímido. Em Rolândia, o volante Ricardo Conceição marcou o único gol do Tricolor sobre o lanterna do torneio. O magro triunfo, porém, assinou a primeira vitória do Tricolor longe da capital. Ainda que modesto, o resultado de ontem representa a possível redenção dos erros cometidos pelo grupo paranista na primeira volta do Estadual.
Após surgir como um dos favoritos ao título do primeiro turno, o time teve de se contentar com a terceira colocação na tabela. Culpa, principalmente, da perda de pontos importantes no interior do estado, onde ainda não havia vencido. Só nas 11 primeiras rodadas, foram cinco empates três deles na estrada. Resultados que nem a invencibilidade na Vila Capanema e nos clássicos conseguiu equilibrar.
"Na preleção de hoje [ontem], eu disse que a gente precisava corrigir a quantidade de pontos que perdemos no interior. Se estamos pensando em título, temos de pensar em jogos como esse [contra o Nacional] como sendo importantes", defendeu o técnico Toninho Cecílio, que elogiou o desempenho dos times de fora da capital. "As equipes do interior são bem montadas, não tem jogo fácil", justificou.
Para o técnico, o ataque ainda preocupa e a rotatividade de atletas no setor impede um desempenho mais seguro. Prova disso é a dificuldade sentida pelo time durante os 90 minutos de jogo em Rolândia, em especial no primeiro tempo, quando o Nacional tinha mais posse de bola e desperdiçou boas chances de abrir o placar. Depois de escalar um trio de atacantes, o treinador voltou atrás. Júlio César, Carlinhos e Reinaldo foram substituídos na etapa final e evidenciaram o ponto frágil do time diante do lanterna, além de trazerem à tona as justificativas para a vitória magra com gol de um volante.
"Precisamos melhorar o ataque, a própria atitude de segurar a bola com mais gana, choque. Isso não é crítica, mas estamos sentindo que falta um pouco mais", afirmou Cecílio, ao comparar o setor à defesa e ao meio de campo. "Do meio pra trás, a gente já encontrou um jeito de jogar", defendeu.
A luta do time paranista, segundo Cecílio, é dupla. Além de corrigir os problemas dentro de campo, o técnico reafirma a necessidade do grupo em se considerar novamente na disputa pelo título do Paranaense. "Nós precisamos nos fortalecer mentalmente. Saber que às vezes não dá pra fazer dois, três gols. É entrar na briga com força e se manter nela até a última rodada", destacou.