Até o ano passado, encontrar uma vaga de estacionamento nos arredores da sede social do Paraná, na Av. Presidente Kennedy, em um final de tarde, era tarefa impraticável. Agora, as vagas abundam. É possível chegar e parar o veículo em frente à entrada principal. E logo na primeira tentativa, sem concorrência.
Este é um dos sintomas do clima de despedida que paira sobre o lugar. O prédio onde ficava a sala da presidência está esvaziado. A reportagem da Gazeta do Povo recebeu fotos do local e foi conferir a mudança paranista. A maior parte dos móveis foi transferida para o CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, nova casa da diretoria.
Restam alguns sofás antigos, mesas, uma velha máquina de escrever e quadros retratando glórias passadas do Tricolor encostados pelos cantos sobre o gasto carpete bege.
A sede foi posta à venda em outubro do ano passado, mas até o momento o clube não revelou nenhum plano para a propriedade. Procurado, o presidente do Paraná, Leonardo Oliveira, afirmou que “não tem nada a comentar sobre o assunto”. Algumas áreas foram arrendadas, mas não existe consenso dentro do clube se essa prática deve ser intensificada no imóvel a partir de agora.
A ideia de se desfazer da área esbarra ainda em questões jurídicas, através da lei municipal número 1.550 que impediria uma transação financeira.
A loja oficial do Tricolor, na entrada principal da propriedade, é um dos poucos pontos de resistência que ainda atraem algum movimento. Na quarta-feira (15), entre as 16h30 e 18h, somente um jovem torcedor visitou o espaço e observou os produtos à venda. Neste mesmo período, a reportagem encontrou apenas um associado adentrando a sede. Ele ia à academia, ainda em funcionamento.
“É meio triste para a gente. Estamos numa indecisão, não sabemos o que vai acontecer. A gente tinha um grupo de amigos que vinha na academia, mas o pessoal foi abandonando”, lamenta o associado Luimar Cuypes, representante comercial, de 50 anos. “Falta informação para nós. Ainda não tivemos um comunicado oficial do clube”, complementa.
Além da academia, resistem a pista de bolão, a sauna e as quadras de futsal, além de um centro de estética. A cancha de grama sintética foi arrendada. Para começar a funcionar, o espaço está passando por ampla reforma. “Para atingir um padrão comercial, as reformas eram necessárias”, explica Fábio Godinho, arrendatário do espaço.
Godinho é agora o responsável por manter a estrutura, além de pagar as contas do espaço e os salários de funcionários. Negócio similar ao fechado com o Espaço Torres, que em 2012 arrendou o salão social pelo período de 20 anos. “A relação com o clube é tranquila. Mas não temos nenhum interesse em arrendar outras áreas da propriedade”, explica Ademar Batista Pereira, diretor da empresa.
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