Paraná é o time que mais mudou para a Série B

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O Paraná estreia na Série B dentro de uma semana, contra o ABC, como o time que sofreu maior metamorfose entre o fim dos estaduais e o início da disputa nacional. Ninguém foi mais ao mercado do que o Tricolor.

Até ontem, os 20 partici­pantes da competição haviam fechado 113 contratações, média de cinco por equipe. O Paraná responde por 12 delas (11%) – e planeja entregar mais um novo jogador ao técnico Dado Cavalcanti na próxima semana. São Cae­tano (10), Asa, Icasa e Oeste (9 cada) são os clubes que mais se aproximam do representante paranaense em número de aquisições.

Acima da média no total de contratações, o Paraná segue a maioria na hora de escolher onde garimpar. Dos 12 reforços, 5 vieram do futebol paulista. Um sexto nome, o atacante Rafael Chorão, que estava na Portuguesa, também pode vir de lá.

As duas primeiras divisões do Campeonato Paulista despejaram 55 novos atletas nos clubes da Série B. Bem atrás vem o futebol gaúcho, com 16 jogadores – um deles para o Paraná. A Vila Capanema também recebeu os dois únicos reforços oriundos do futebol carioca, o lateral-esquerdo Thiago Silva (Resende) e o volante Gilson (Madureira).

Segundo Dado Cavalcanti, a ação mais voraz no mercado agora é uma maneira de evitar mudanças profundas durante a competição. O próprio treinador, contudo, admite que a parada para a Copa das Confederações, após seis rodadas, pode levar a diretoria a abrir os cofres novamente.

"Contratar no início para mexer o quanto menos durante. Esses números vão mudar [para cima] ainda para o começo e meio do campeonato. Para os seis primeiros jogos, espero mais um jogador e aí fechamos esse primeiro momento", diz, antes de abrir a porta para novas adesões. "O mercado é dinâmico e às vezes cai no colo uma situação para a qual não se pode fechar os olhos."

As novas contratações deixaram o elenco paranista inchado. No site do clube estão listados 39 atletas e ainda falta incluir os laterais Roniery e Paulinho Elias, mais o meia Paulinho Santos. O volante Júnior Capixaba, emprestado ao J. Malucelli, puxa uma fila de saída que já conta com cinco outros jogadores e deve ficar ainda mais longa. Antes, partiram os laterais Angelo, Gabriel Marques, Gilton e Massari, além do atacante Paulo Renê. "Grupo numeroso, a qualidade do treinamento cai. A gente vai melhorando, inclusive, a condição de trabalho", afirma o treinador.

O enxugamento deve atingir alguns dos garotos lançados por Toninho Cecílio ao longo do Paranaense. Político, Dado elogiou a renovação promovida pelo antecessor – causada mais pelo fracasso dos reforços do que por convicção –, mas deixou claro que a Série B requer mais experiência. "Os garotos da base terão chance, mas preciso ser muito criterioso. Temos um objetivo mais difícil, um caminho árduo em que apenas quatro clubes vão ter êxito no final e queremos estar nesse grupo", indicou o treinador.

Lançar-se ao mercado após um primeiro semestre ruim não foi exclusividade do Paraná. Segundo maior comprador pré-Série B, o São Caetano vem de um rebaixamento no Paulistão. ASA e Icasa caíram nas semifinais de seus estaduais. O Oeste, estreante na Segunda Divisão Nacional, ficou uma posição acima da zona de descenso em São Paulo.

No outro extremo, o Atlé­tico-GO, único time sem anun­ciar reforço, decide amanhã o Campeonato Goiano. Já Palmeiras e Sport, equipes de maior receita da Série B e com apenas duas aquisições, devem acrescentar três jogadores cada ao seu elenco ao longo da próxima semana.

Tricolores

Estreia

A CBF confirmou para o Estádio Almeidão, em João Pessoa, a estreia do Paraná na Série B, contra o ABC, dia 24 de maio, às 21 horas. O clube potiguar perdeu o mando por causa de invasão de campo na última rodada da edição do ano passado.

11.º reforço

Treinando na Vila Olímpica desde o início da semana, o meia Paulinho teve seu contrato com o Cianorte rescindido ontem.

12.º reforço

O atacante Paulo Sérgio, que jogou o Paranaense pelo Operário, deve ser o 12º reforço do Paraná para a Série B. Mesmo tendo feito uma proposta salarial menor do que outros quatro clubes que demonstraram interesse no jogador, o Tricolor leva vantagem porque seu projeto para a temporada é bem visto pelo estafe do atleta.