Entrevista
Dado elogia torcida e admite que time está devendo resultados
Sem três atacantes, você pode mexer no esquema tático?
Pode acontecer. A falta de jogadores para a função, e as características, tenho a necessidade de alguma mudança. Mas o importante no meu pensamento é o jogador que entrar ter a consciência de desenvolver o melhor no que ele sabe fazer. Não posso pedir para substituir o outro sem as mesmas características. Mas a base será mantida.
Como vocês estão recebendo o apoio da torcida?
Sabemos que não estamos sozinhos nessa batalha. Os jogadores têm a consciência de que podem trazer uma resposta mais positiva. Antes, estávamos dando o nosso melhor e o torcedor estava ausente. Hoje o quadro se inverteu. O torcedor hoje está carente dos resultados.
Você imagina que o Palmeiras virá relaxado pelo acesso?
O acesso do Palmeiras era quase uma obrigação, entrou com camisa, com recurso financeiro. Mas o Palmeiras vai buscar o título para concluir com louros a passagem pela Série B. Não penso que o adversário virá relaxado, descontraído, e mesmo assim é um time muito qualificado.
Restando seis rodadas para o término da Série B, o Paraná encara hoje o Palmeiras como se fosse o seu último suspiro. Na Vila Capanema, às 16h20, uma vitória e o Tricolor sobrevive na luta. Empate ou derrota e a chance do acesso pode ficar na saudade.
"Se não vencermos dificulta muito, sem sombra de dúvida. Qualquer ponto perdido agora será significativo. Mas tentamos tirar isso da cabeça. Uma vitória também pode detonar uma reviravolta muito grande", resumiu o técnico Dado Cavalcanti.
Caráter decisivo que contaminou todo o ambiente paranista ao longo da semana. Na rotina da equipe, Dado alterou o prumo e o tom das palestras aos jogadores para pegar o melhor time da disputa e promovido com seis partidas de antecedência.
"Geralmente carrego os jogadores de informações sobre os adversários. Características individuais, posicionamento tático etc. Fiz diferente. Trouxe uma reflexão sobre a nossa queda de rendimento, uma conversa ríspida", explica o treinador.
Para relaxar, Dado participou do "rachão" na véspera. "Acho que é bom para descontrair o pessoal, aquele jogador que está meio magoado comigo dá uma chegadinha em mim também, para desopilar", brincou o treinador.
Aparentemente, os atletas reagiram bem às cobranças. O Paraná chegou a abrir oito pontos do 5.º colocado e o retorno parecia questão de tempo. Hoje está fora do grupo dos classificados, com 50 pontos e apenas 21,6% de possibilidade de ascensão, de acordo com o site Chance de Gol.
"Nós caímos de produção no segundo turno. E jogador de futebol tem de estar acostumado a ser cobrado, pelos dirigentes, técnico, imprensa e torcedores", afirmou o volante Moacir, que deve retornar ao time titular, recuperado da lesão no joelho direito.
A preocupação com o futuro também alcançou os bastidores da política paranista. Estão marcadas para o próximo dia 13 as eleições e Rubens Bohlen, atual presidente, revelou o desejo de permanecer no cargo por mais três anos. Há quem prefira esperar por uma definição.
O "vai ou racha" influenciou ainda o comportamento nas arquibancadas. A Fúria Independente, principal facção organizada tricolor, publicou na quarta-feira um texto em seu site oficial, misto de convocação, manifesto e mea-culpa pelas confusões do passado.
Tudo para manter a mobilização da galera no Durival Britto. "Vamos continuar apoiando até o fim", disse Leandro Arruda, 1.º secretário da organização.