Após ser intimada pelos jogadores, a diretoria do Paraná marcou uma entrevista coletiva às pressas na manhã de ontem para comentar a ameaça de paralisação caso não seja feito um acerto até terça-feira. Segundo o presidente Rubens Bohlen, o bloqueio financeiro via penhora está impedindo o clube de cumprir suas obrigações. Mas a resposta foi dada apenas à imprensa, não ao time.
"No passado, se podia penhorar bens, mas quando se penhora recursos, você inviabiliza o clube. Tivemos recentemente penhora de valores que eram para pagar salários de atletas e funcionários. Situações que futuramente darei explicações mais pontuais", explicou o presidente, sem maiores detalhes.
Até o início da noite, o time não havia recebido essas explicações. "Estou sabendo por você dessa entrevista [da diretoria]. Nossa postura agora é não comentar até o prazo que demos, na próxima semana, e nos concentrarmos nos próximos dois jogos", afirmou o goleiro Marcos, um dos líderes do grupo.
"Nós que conhecemos o clube há bastante tempo e vivemos bons momentos ficamos preocupados. Por enquanto ainda tem o calendário da Série B. E se não tiver?", disse ao ser questionado sobre os riscos "cada vez mais claros" da total insolvência paranista, ou seja, o possível fechamento do clube. Seria o desfecho mais dramático de uma crise interminável.
Para pagar o elenco dentro do prazo determinado e evitar uma greve, Bohlen disse que ele e o superintendente geral Celso Bittencourt correm desde domingo atrás de recursos. "Estamos trabalhando incansavelmente para buscar soluções", afirmou o presidente, que esteve em São Paulo na segunda-feira conversando com um possível investidor.
Uma possibilidade é a negociação de atletas. Entretanto, Bohlen contou que a urgência tem atrapalhado: "Estamos trabalhando com essa linha. Mas a pressa nossa é diferente da dos investidores interessados".
Esses assuntos teriam impedido o dirigente de conversar diretamente com o elenco após a vitória sobre o Vila Nova, sábado, na Vila Capanema. O fato de ninguém da diretoria dar uma satisfação após a publicação de uma carta na sexta-feira em que o elenco revelava os problemas irritou os jogadores.
Mesmo assim, o cartola não deixou de admitir que a diretoria está realmente distante do elenco no dia a dia. "Tratamos aqui internamente para ficar mais próximos dos jogadores, porque isso realmente é primordial".
Sobre a manifestação do grupo, Bohlen ressaltou que os atletas estão no seu direito. "É uma postura legítima. O momento é complicado e entendemos a situação deles e dos nossos funcionários. Isso nos deixa chateados porque não gostaríamos que estivesse acontecendo", reconheceu.
O primeiro vice-presidente do Paraná, Luiz Carlos Casagrande, crê que a diretoria solucionará o problema dos salários atrasados antes do prazo dado pelos jogadores. "Acredito que até segunda-feira a gente resolva isso", afirmou.
Questionado sobre como ficará o clube caso o prazo não seja cumprido, Casagrande garantiu que não trabalha com essa hipótese.
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