Na semana em que completou 10 anos do retorno à Vila Capanema, o Paraná se mostra esperançoso em se tornar dono definitivo do estádio. A diretoria paranista negocia uma permuta com a União para ficar com a área de 1.200 m². Em contrapartida, o clube perderia parte de dois terrenos, esfacelando ainda mais seu patrimônio.
A possibilidade de permuta começou a ser debatida em março, quando o Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4) deu causa favorável ao governo federal, tirando do time da capital a posse do Durival Britto e Silva depois de 44 anos de briga judicial. A União deu abertura para negociação e o Paraná aproveitou para apresentar suas cartas.
ENTENDA: confira um resumo do imbróglio jurídico que envolve a Vila Capanema
Após seis meses de tratativas, o acordo está encaminhado e o Paraná oferece duas parcelas de dois patrimônios diferentes em troca do estádio: a frente da Vila Olímpica do Boqueirão, onde ficam as piscinas, que estão abandonadas, e uma pequena parte da sede social da Kennedy, ainda não especificada.
Em outubro do ano passado, o Conselho Deliberativo já havia aprovado que grande parte da sede social fosse vendida. Dos cerca de 35 mil metros quadrados, o clube só não pode comercializar cerca de 10 mil metros quadrados devido ao acordo com uma empresa de eventos, que arrendou o salão social em 2012 por 20 anos.
“Nossa proposta é ficar com a Vila Capanema e estamos aguardando a avaliação dos nossos imóveis. Mas está bem avançado. A reunião com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) foi muito boa e estamos bem esperançosos com esse desfecho feliz”, declarou o vereador e conselheiro paranista Tiago Gevert (PSC), que está à frente das conversas.
Os valores da negociação não foram informados. De acordo com Gevert, o clube agora aguarda as avaliações dos imóveis que ofereceu. A Caixa Econômica Federal (CEF) é a responsável, mas está impedida no momento pela greve dos bancários. A Vila Capanema é a única que já foi avaliada.
A outra possibilidade para o Tricolor, de receber indenização pelas benfeitorias feitas ao longo dos anos no estádio, está descartada. “Estamos otimistas, esperançosos e aguardando a volta da greve”, finalizou o vereador paranista Gevert.
Entenda o caso
Um breve resumo da trajetória jurídica do Durival Britto e Silva:
Ação
Em 1978 a Rede Ferroviária Federal pede a reintegração da posse do terreno da Vila, pois entende que o nascimento do Colorado, em 71, [fusão do Ferroviário, do Britânia e do Palestra Itália] interrompeu a relação entre o local e o extinto Ferroviário.
Vitória
A Justiça Estadual do Paraná julga, em 2003, improcedente a ação da Rede e declara que o Paraná possuía o domínio e a posse da área.
Reviravolta
A Rede Ferroviária entra em liquidação e o presidente Lula decide, via medida provisória, integrar todo o patrimônio da RFFSA à União.
Derrota
Em março de 2012, a Justiça Federal decide que o estádio é patrimônio da União e determina a desocupação do imóvel. O clube recorre no Tribunal Regional Federal.
Fim?
O Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4) dá o veredito em favor da União e afirma que cabe ao Tricolor somente receber indenização pelas benfeitorias feitas no estádio desde 1971, ano da criação do Colorado.
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