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Árbitro não menciona xingamento na súmula
Confirmada pela polícia e admitida pelo próprio Paraná, a ofensa racial ao volante Marino, do São Bernardo, não existiu para o árbitro catarinense Rodrigo DAlonso Ferreira. A súmula da partida, publicada eletronicamente no site da CBF, não faz menção ao episódio.
O efeito imediato é aumentar o trabalho da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para rastrear o caso e apresentar denúncia. "Estamos fazendo uma varredura na internet para analisar se é possível apresentar denúncia. Ainda não há prova contundente de que tenha havido o fato", disse o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, que espera até segunda-feira para ter uma definição mais clara do caso na Vila Capanema.
Em princípio, a denúncia deve ser oferecida com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de "ato discriminatório relacionado a preconceito". A punição é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil para o clube e impedimento da presença dos torcedores no estádio por no mínimo 720 dias.
O Paraná tornou-se aliado da polícia na procura pelos dois torcedores que chamaram de "macaco" o volante Marino, do São Bernardo, quinta-feira, na Vila Capanema. O clube está levantando imagens, incentivando funcionários e terceirizados a testemunhar e destacou um dirigente para coordenar o fluxo de informações para as autoridades. Uma posição firme contra o racismo, mas que também visa a evitar punição na Justiça Desportiva.
A postura ativa contrasta com a reação inicial do clube, logo após a partida. O vice-presidente Celso Bittencourt perguntou a repórteres se eles haviam ouvido o xingamento e, diante da negativa, falou em perseguição ao Paraná.
"Estava saindo do estádio e um torcedor no carro ao lado baixou o vidro para me cumprimentar pela vitória, mas lamentar pelo que tinha acontecido. Perguntei o que era e ele falou do racismo. Imediatamente retornei ao estádio e fui procurar o pessoal do São Bernardo", disse o presidente Rubens Bohlen, indicando o ponto de virada.
Ontem pela manhã, o clube publicou em seu site uma carta aberta a Marino. Ilustrada por um escudo do Paraná em preto e branco e a frase "#NãoAoRacismo", a manifestação prometia "não medir esforços para esclarecer o ocorrido" e dizia que qualquer ato de racismo não representa o clube. Havia, ainda, um e-mail e link para que torcedores assinassem a carta.
A essa altura, o vice-presidente Luiz Carlos Casagrande já havia sido encarregado de concentrar informações para serem passadas à polícia. Funcionários do Paraná e da empresa de segurança contratada pelo clube foram à Delegacia Móvel de Apoio a Futebol e Eventos (Demafe) prestar depoimento. Um segurança confirmou em depoimento que dois torcedores chamaram Marino de macaco. A diretoria paranista também pediu à empresa que faz filmagem dos jogos do time que verifique no material bruto se há registro da discussão do volante com os torcedores.
Por enquanto, a Polícia Civil tem apenas uma imagem, da TV Band. É um registro da discussão entre Marino e um torcedor. Não é mesmo possível, no entanto, afirmar que se trata de um dos torcedores que xingou o jogador.
"Pelas características descritas pelo Marino e as testemunhas, bate com essa imagem, mas não dá para afirmar. Estamos procurando agulha no palheiro. Vamos mandar as imagens por e-mail para o jogador ajudar na identificação", afirmou o delegado titular da Demafe, Clóvis Galvão.
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