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Uma Série B ainda mais cascuda do que a de costume – com mais concorrentes endinheirados, rivais com tradição e viagens longas. Este é o árduo cenário que aguarda o Paraná no segundo escalão nacional de 2015.

Sábado à tarde, antes, durante e após a vitória por 4 a 1 sobre o América-RN, na Vila Capanema, a torcida protestou contra a diretoria. O tema central foi o pedido de planejamento e contas em dia. Jogadores e o técnico Ricardinho fizeram coro à cobrança.

Cenário de pressão que deve se agravar pela difícil configuração da Segundona em 2015.

Com a salvação da Chapecoense nesta rodada, a Série B terá com certeza três "arrasa-quarteirões" no faturamento com a tevê, principal fonte de receita dos clubes e tida como crucial para conseguir o acesso.

Das equipes que descem da A para a B, apenas Criciúma (já rebaixada) negocia suas cota de tevê ano a ano.

Todos os outros clubes com possibilidade de queda mantêm o mesmo orçamento recebido em 2014, na Série A: as cotas de tevê dessas agremiações variam de R$ 27 milhões a até R$45 milhões. Exceção é o Palmeiras, que recebe cerca de R$ 70 milhões. O time paulista, para não depender de terceiros, precisa vencer o Atlético, domingo, em São Paulo.

Valores consideravelmente superiores aos angariados pelo próprio Paraná, por exemplo, que recebeu somente R$ 3 milhões anuais neste ano.

A importância do aspecto financeiro na briga pelo acesso foi evidenciado em 2014 por Vasco e pela Ponte Preta. A equipe de Campinas, por exemplo, renegociou suas cotas em 2013. Ainda na Série A, a Macaca passou a receber R$ 25 milhões anuais. Após a queda, esse valor caiu para R$ 6 milhões. Diminuição brusca, mas que ainda manteve os paulistas acima do patamar da concorrência.

A segunda adversidade é a possibilidade de a disputa reunir até três equipes com a chancela de campeãs nacionais: Botafogo, Bahia e também o Palmeiras.

Desde 2008, ano em que o Tricolor passou a frequentar a divisão inferior, apenas em 2010 isso aconteceu. Na ocasião, Coritiba, Bahia e Sport eram os representantes que ostentavam a estrela dourada em seus uniformes. Destes, apenas os pernambucanos não conseguiram o acesso.

Na edição de 2014, o Vasco – que subiu na 3ª posição, atrás de Joinville (campeão) e Ponte Preta, e à frente do Avaí – era o único a deter a honraria.

O recorde de times campeões brasileiros disputando a Série B aconteceu em 2006, ano em que o certame passou a ser disputado no formato de pontos corridos: Atlético-MG, Sport, Coritiba e Guarani eram os campeões na concorrência. Galo e Sport subiram.

O terceiro obstáculo é geográfico.

Dos estados vizinhos, com baixos deslocamentos, quatro equipes deixam o segundo escalão nacional: Portuguesa, Ponte Preta, Avaí, Joinville. Em contrapartida, da Série C sobe o alagoano CRB e o Paysandu, do Pará. Além disso, há possibilidade de dois baianos migrarem da elite.

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