Caso de injúria racial contra Marino será julgado nesta sexta-feira| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

A polícia recebeu mais imagens do torcedor paranista responsável pela injúria racial contra o volante Marino, do São Bernardo, em partida da Copa do Brasil disputada no último dia 10 de abril. Segundo o Paraná, o suspeito de chamar o jogador de "macaco e gorila" não é sócio do Tricolor e entrou na Vila Capanema com um ingresso de cortesia dado por um patrocinador da competição.

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Um vídeo divulgado pela RPC TV nesta quinta-feira (24) mostra o mesmo homem de meia-idade que teve o rosto de perfil divulgado há 10 dias pelas autoridades. A Traffic, empresa organizadora do torneio e que cuida da liberação deste tipo de entrada, forneceu para a Polícia Civil a lista de pessoas que receberam ingressos para o duelo. "Esta agora é uma de nossas frentes de investigação para identificar o homem", afirmou o delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe).

Por jogo, cerca de 100 a 150 pessoas entram no estádio com entradas cedidas por terceiros. "É uma contrapartida ao patrocinador. Depois disso, eles dão o destino que quiserem, podendo premiar o funcionário do mês, sortear entre clientes ou funcionários ou transformar em prêmio por alguma conta", explicou o gerente comercial da Traffic, Ivan Martins.

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Na esfera esportiva, o caso irá a julgamento nesta sexta-feira, a partir das 11h30, na primeira instância do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Tricolor pode ser punido com multa de até R$ 100 mil. A informação nova sobre o torcedor virou um elemento a mais para o processo.

"Se fosse sócio do clube, seria mais fácil localizar, pois teria um smart card. O que dificultou foi o momento em que ele saiu, no fim do segundo tempo, misturando-se com quem saía. Iremos mostrar dificuldade que o clube e a autoridade policial estão tendo com a identificação", afirmou o advogado que representa o Paraná, Itamar Côrtes.

O caso deve ser encerrado somente na segunda instância, o pleno do STJD, com boas possibilidades de a investigação policial ter terminado até lá. "Não podemos acrescentar provas na nova instância, mas, sendo ele identificado, nos ajuda bastante. Vamos mostrar que foi um caso isolado e que o clube não tem histórico desse tipo", concluiu Côrtes.