Oito meses após o Paraná reconhecer o fim da Atletas Brasileiros S/A, os acionistas que investiram na empresa, em sua maioria torcedores do Tricolor, ainda não foram procurados pelo clube para negociar o ressarcimento dos valores investidos.
Em fevereiro de 2013, o time da Vila Capanema passou a ser o acionista majoritário da empresa, fundada em 2010 por um grupo de investidores. A parceria previa transformar os direitos econômicos dos atletas do clube em ações que seriam lançadas na Bolsa de Valores.
Em janeiro de 2015, no entanto, após a CBF acatar determinação da Fifa de que somente clubes poderiam deter os direitos de atletas, as atividades da Atletas Brasileiros S/A chegaram ao fim, sem nunca a empresa ter lançado as ações na Bolsa. Em abril, o Paraná ratificou a morte da empreitada.
“Sinceramente, já não tenho perspectiva alguma de receber algum valor do clube”, lamenta o advogado tricolor Raphael Struszike, de 30 anos, que em março de 2013 investiu R$ 1,5 mil.
Entenda porque o investimento na Atletas Brasileiros S/A não deu certo
Leia a matéria completaSegundo balanço financeiro publicado pelo Paraná em abril deste ano, R$ 323 mil foram investidos na Atletas S/A, sendo a maior parte dessa quantia oriunda de acionistas como Struszike.
“A gente sabe que o Paraná não tem dinheiro, mas poderiam nos indenizar com um plano de sócios ou produtos do clube. Fica a frustração pela falta de transparência. O clube não tratou esse assunto com o devido profissionalismo”, opina Struszike.
David Formiga, que era o presidente da Atletas S/A na época de seu fechamento, pediu demissão do cargo em fevereiro. Desde então, Aldo Coser, vice-presidente do Paraná e também da empresa, assumiu a responsabilidade.
Segundo o dirigente, não há risco de calote. Ele garante que os acionistas serão procurados após o fechamento da parte contábil da empresa, previsto para o fim deste mês. “A intenção da administração é pagar de alguma forma o que foi investido”, promete.
O último jogador a render lucro para a Atletas S/A foi o lateral-esquerdo Breno Lopes (foto abaixo), negociado com o Cruzeiro em setembro de 2014 por R$ 225 mil, transação que representou o modesto lucro de R$ 35 mil à empresa.
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