Uma briga de 42 anos do Paraná, primeiro com a extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e depois com a União, sobre a propriedade da Vila Capanema teve mais um capítulo no último dia 15. A Justiça Federal definiu que o estádio é patrimônio do governo federal e determinou a desocupação do imóvel pelo Tricolor em no máximo 15 dias. No entanto, o clube já recorreu, e, até uma decisão final, não precisará deixar o Durival Britto.
A história é longa. A disputa começou em 1971, época da fusão entre Ferroviário (que usava o complexo), Palestra e Britânia que originou o Colorado. A RFFSA entrou com uma ação de reintegração de posse, que foi vencida pelo Colorado na metade da década de 1980. Depois disso, quando o patrimônio da Rede passou para a União, foi feito um segundo processo que corre até hoje e que teve vitória paranista na esfera estadual.
Esta segunda disputa judicial é reivindicatória. A União afirma que tem um documento que comprova ser dona do local, o que o Paraná contesta. O fato do imóvel nunca ter sido utilizado como bem público e ter uma importância grande como uma praça esportiva de um clube privado há 75 anos, inclusive sediando dois jogos da Copa do Mundo de 1950, são alguns dos argumentos utilizados pelo Tricolor.
O advogado Marcio Augusto Nóbrega Pereira, então recém formado, começou a defender o Colorado em 1981. Trinta e dois anos depois o assunto continua a cargo do profissional, que vê com otimismo o fim da disputa. "Tudo já foi explicado e a diretoria paranista está esperançosa em relação aos seus direitos", contou.
O recurso impetrado pelo Paraná será julgado no Tribunal Regional Federal (TRF), em Porto Alegre, que abriga os três estados do Sul. A parte que sair derrotada ainda pode recorrer no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. A última instância de uma novela que caminha para meio século de existência.
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