A sub-sede do Paraná Clube no Boqueirão, localizada na frente do estádio da Vila Olímpica, foi arrematada nesta quinta-feira (30) por R$ 9,1 milhões – metade do lance inicial previsto para o leilão. O arremate ainda será submetido à análise do próprio grupo de investidores, que pediu para visitar o imóvel, para então ser fechado.
O local foi a leilão em decorrência de uma ação do ex-professor de futsal do clube, Vinícius dos Santos França. A ordem para a execução veio da 2ª Vara de Trabalho de Curitiba e ocorreu na PB Castro Leilões, na região do Mercês – a mesma da sede social do Tarumã, em 2013.
De acordo com avaliação prévia, a área de 22 mil metros quadrados valeria R$ 18,1 milhões, mas o leiloeiro estipulou metade disso como lance mínimo.
No local, que teve as presenças de representantes jurídicos do Tricolor, além do ‘mecenas’ Carlos Werner, a subsede paranista teve apenas um lance. O representante da empresa paulista, não revelada, ofertou o imóvel pelo valor de largada, metade do preço de mercado, e mais nenhum presente se manifestou.
Em conversa com a reportagem da Gazeta do Povo, o advogado do clube, Alessandro Kishino, explicou que o arremate foi feito de forma condicional.
O grupo de investidores de São Paulo, responsável pelo lance, visitou a sede social nesta sexta-feira (31) para avaliar o terreno. Se aprovar, tem de depositar o valor em juízo. Caso ele recuse, um novo leilão está marcado para o dia 4 de abril, no mesmo lugar.
O Paraná conta com esse dinheiro e vem negociando as ações trabalhistas com os credores e conseguiu reduzir o montante consideravelmente, atrelado ao dinheiro oriundo do leilão.
A expectativa paranista é de usar o valor para pagar dívidas, deixar o dia a dia viável com as liberações de recursos bloqueados em suas contas e aderir ao Ato Trabalhista, além de conseguir as Certidões Negativas de Débitos (CND) para pleitear o patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF).
Paraná ainda quer vender parte da sede na Kennedy
O Paraná tem interesse em negociar parte do terreno da sede social da Avenida Kennedy, na Vila Guaíra. O clube pede R$ 60 milhões por uma área de 18 mil metros quadrados.
A ideia de se desfazer da totalidade área esbarra em questões jurídicas, através da lei municipal número 1.550 que impediria uma transação financeira.Por isso, apenas algumas plantas do quarteirão gigantesco na Vila Guaíra estão disponíveis para compra.
Há um ano, em outubro de 2015, o Tricolor confirmou que o imóvel estava no mercado. Cerca de 150 conselheiros participaram da votação para permitir o negócio e 70% foram favoráveis à venda do patrimônio.
Em setembro de 2016, o clube mudou a sede do futebol para Quatro Barras, no Ninho da Gralha.
Vila Capanema tem complicada situação jurídica
Também em 2016, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) confirmou que o Paraná perdeu para a União o processo de posse da Vila Capanema. Os três desembargadores que votaram no caso foram favoráveis à reintegração da posse do terreno à União, assim como ao direito de o Tricolor de receber indenização pelas benfeitorias feitas no estádio desde 1971. No entanto, houve desacordo entre os desembargadores acerca do valor de indenização.
Desde então o clube negocia com o governo uma permuta. Em troca da permanência no Durival Britto, o Tricolor oferece nas negociações com o governo federal parte de outra propriedade de posse do clube, ainda não revelada. Uma das possibilidades seria ceder uma parte do complexo no Boqueirão.
.