A sede social do Paraná no Boqueirão será leiloada no próximo dia 30, às 11h, em decorrência de uma ação do ex-professor de futsal do clube, Vinícius dos Santos França. A ordem para a execução do leilão, aberto ao público, veio da 2ª Vara de Trabalho de Curitiba. O lance inicial pela área de 22 mil metros quadrados é de R$ 18,1 milhões.
Se não houver interessados, outros lances poderão ser realizados no dia 6 de abril, mas a expectativa é de que a sede seja arrematada já no primeiro dia. O local está praticamente desativado pelo Tricolor, que só o disponibilizava ultimamente para eventos pontuais, realizados por torcedores ou sócios. O terreno ainda fazia parte de um plano de negociação para manter a posse da Vila Capanema, agora descartado.
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Apesar de lamentar a perda de mais um patrimônio, internamente o clube entende que o dinheiro da sede do Boqueirão é uma “salvação” para deixar o clube viável.
Vila Olímpica
A Vila Olímpica do Boqueirão, que fica ao lado da sede social, não pode ser leiloada. Em 2015, o estádio chegou a ser arrematado, mas o clube conseguir anular na Justiça o leilão. A alegação é de que o terreno possui cláusula de inalienabilidade, ou seja, não pode ser penhorado. O fato consta na lei municipal 8.563, de 1994, assinada pelo então prefeito Rafael Greca, que transferiu a inalienabilidade do antigo estádio do Britânia, no bairro Guabirotuba, para a praça esportiva.
A ideia do Paraná é usar a venda do patrimônio para tentar quitar todas as dívidas trabalhistas que assombram o clube há anos. Assim, a direção poderá aderir ao Ato Trabalhista, que repassa um percentual mensal estipulado pelo Ministério do Trabalho para os credores, liberando recursos do clube que ficaram bloqueados.
Um exemplo é o patrocínio da Caixa Econômica, recebido pelo clube entre 2013 e 2014. Parte da quantia total estabelecida em contrato – cerca de R$ 900 mil – está penhorado e parado em uma das contas paranistas há mais de três anos. Outro objetivo tricolor, aliás, é conseguir as Certidões Negativas de Débitos (CND´s) para voltar a ter a marca do banco federal estampada em sua camisa.
Com os recursos liberados, o Tricolor também poderá garantir a tranquilidade financeira no dia a dia e investir na formação da equipe para a Segundona.
Toda a engenharia do leilão foi explicada nesta terça-feira (21), em reunião do Conselho Consultivo do Paraná. A reportagem procurou o presidente Leonardo Oliveira e o vice-presidente do jurídico, Luiz Ricardo Berleze, mas não foi atendida. A assessoria de imprensa comunicou que nenhum representante do clube irá se pronunciar sobre o leilão.
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