Lúcio Flávio foi garoto-propaganda em campanha de sócios e em camisa comemorativa pelos 300 jogos.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

A saída do meia Lúcio Flávio do Paraná, na segunda-feira (25), após um desacordo salarial com a nova diretoria, deve refletir não somente dentro de campo. Além de capitão, camisa 10 e líder do elenco, o renomado jogador de 36 anos entregava ao time da Vila Capanema um componente valorizado no futebol atual e que só ele tinha no plantel paranista: potencial de marketing.

CARREGANDO :)

“Nas negociações que tivemos com potenciais patrocinadores, a figura de um ídolo como o Lúcio sempre era fator de peso. A empresa que deseja expor a marca em um clube de futebol procura, antes de tudo, figuras de referência. E o nome do Lúcio representava isso para o Paraná”, afirma Fabrício Stédile, da empresa A.R Ideias, que, ao lado do irmão Fabiano, terceirizava serviços para o Tricolor até o último mês – eles foram substituídos no marketing tricolor por João Luiz de Carvalho, o João Quitéria, ex-integrante da torcida organizada Fúria Independente.

Em pelo menos duas negociações, o “apoio” do meia foi fundamental. “A presença do Lúcio teve grande peso nas parcerias com a Vivamil e o Mercado do Alarme [fechadas em março], por exemplo”, diz.

Publicidade

A imagem representada por Lúcio Flávio foi também importante para o crescimento no número de sócios entre novembro de 2014 e abril de 2015. Além de Lúcio, principal garoto-propaganda, o Tricolor utilizou nas campanhas o goleiro Marcos, que permanece no time, e dos ex-jogadores Saulo, Ednélson e Ricardinho. Nesses seis meses, o clube passou de 3.200 sócios adimplentes para 5.580.

“Após a saída do Lúcio, o Paraná tem agora apenas Marcos como jogador identificado, capaz de representar a figura de ídolo para o torcedor e para possíveis patrocinadores, mas não na mesma amplitude”, analisa Fabrício.

O sucesso notável de vendas das camisas comemorativas de 300 jogos do meia pelo Paraná é outro exemplo da importância extracampo de Lúcio Flávio. Apenas no dia da pré-venda, o clube negociou 150 unidades, pelo valor de R$ 149.90 cada. Metade dessa arrecadação, R$ 11.242,50, foi para os cofres paranistas.

Em apenas quatro dias de vendas, as 900 unidades do primeiro lote se esgotaram, resultado que fez o clube encomendar um segundo lote com mais 900 camisas comemorativas.

Publicidade