O meia Guilherme Biteco, do Paraná , está contando com a ajuda do técnico Wagner Lopes para superar a dor de perder o irmão Matheus Biteco na tragédia com a delegação da Chapecoense. Sem jogar desde fevereiro por conta de uma lesão no joelho, o meia de 22 anos agradou a torcida na vitória contra o J. Malucelli, domingo (12), que deu a liderança ao Tricolor no Estadual.
“Eu tenho uma vasta experiência em perder entes queridos. Eu perdi quatro dos meus oito irmãos. E com mortes muito trágicas. Tive irmão assassinado com tiro na cabeça e eu precisava jogar no dia seguinte. No ano retrasado, meu irmão morreu asfixiado com um pedaço de pão e morreu com 53 anos. Tinha jogo no dia seguinte e eu tive que participar”, conta o treinador.
Lopes explica que está usando a sua experiência para dar confiança ao jogador e que tem calma para colocar Guilherme Biteco para atuar. “Então eu tenho essa experiência para ajudá-lo. Não só para te emprestar um par de ouvidos, mas para orientar o que eu fiz e como eu fazia. Mas ele tem muita força, ele vem superando as dificuldades. Ele falou isso para o Rodrigo Pastana [gerente de futebol], pode me contratar que eu vou jogar por dois. E isso deixa a gente emocionado”, elogia o comante.
Já sobre a questão da titularidade de Guilherme Biteco, o técnico pede cautela. “Nós queremos ir aos poucos para que ele se fortaleça. Sem pressa para não acontecer nenhuma lesão”, tranquiliza Lopes. “A tristeza vai se transformar em saudade e essa saudade não vai acabar nunca. Porque perder um irmão não tem dor que explica. Mas eu falei para ele jogar pelo irmão também. Então eu falo que para ele que ele vai ter sempre um amigo aqui. Não existe receita de bolo para superar a dor. Nós somos seres humanos”, finaliza Lopes.
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