O imbróglio judicial envolvendo Paraná, o empresário Léo Rabello e a empresa Base, antiga parceira do clube, não altera a rotina no Ninho da Gralha, pivô da disputa. O centro de treinamentos localizado em Quatro Barras segue funcionando. E a todo vapor.
A casa de formação paranista, aliás, é uma ilha de utopia em meio à difícil realidade financeira vivida pelo Tricolor: os salários de atletas e funcionários estão todos em dia, assim como a manutenção do local. Não apenas isso, o Ninho segue recebendo investimentos, mesmo com a atual disputa na Justiça. Tudo sem um único centavo saído dos cofres do clube.
O panorama do CT começou a se alterar em março deste ano, quando um grupo gestor encabeçado por Carlos Werner, empresário do ramo de estruturas metálicas e torcedor do clube, assumiu o local, então praticamente abandonado uma área de 241 mil metros quadrados, com três piscinas, alojamento para 72 atletas, internet, sala de musculação, refeitório, departamento de fisiologia, psicologia e pedagogia, além de seis campos oficiais.
Na época, nenhum dos seis gramados tinha condições de jogo. Além disso, atletas e funcionários acumulavam atrasos salariais que superavam oito meses. Tudo quitado por Werner, que garante não esperar nenhuma contrapartida em troca do alto investimento. A diretoria, por sua vez, assegura que todos os valores não revelados serão ressarcidos ao empresário no futuro.
"Não tenho contrato nenhum com o clube. O investimento é elevado e faço por amor. O dinheiro todo é de minha pessoa física. Sou empresário e faço uma doação", assegura Werner. "A diretoria chegou a fazer uma proposta para trocar o investimento por direitos de atletas da base, mas não aceitei. Este é um dinheiro que não vou reaver", garante ele, espécie de padrinho do projeto para resgatar o imóvel e sua finalidade.
O vice-presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, contradiz o empresário.
"O clube vai ressarcir tudo aquilo que for investido no CT. Foram feitos acordos que garantem isto no futuro", afirma, comparando a iniciativa de Werner com a de Luiz Felipe Rauen, empresário da empresa Racco, que recentemente assumiu o valor do aluguel para o clube utilizar o CT Barcelos, em troca do naming rights do lugar. "Estamos vendo que tem gente querendo ajudar o clube do coração", complementa Casinha.
Na última semana, o presidente Rubens Bohlen assegurou que o clube não vai perder o imóvel na Justiça. O Ninho foi dado como garantia a Rabello por conta de uma dívida referente à venda do meia Thiago Neves, em 2007. Entretanto, uma decisão judicial a favor da empresa Base, que também cobra valores do clube, alega que o imóvel, por contrato, não pode servir como penhora.
Membros do grupo gestor, o coordenador técnico Marcos Mathias Lamers e o diretor de planejamento Leonardo Oliveira garantem que o imbróglio não atrapalha o desenvolvimento do projeto das categorias de base. No entanto, revelam que existe um plano B, caso o Ninho seja de fato penhorado.
"Hoje não trabalhamos com a possibilidade de perder o Ninho. Contamos com ele para a sequência do trabalho", afirma Oliveira. "Trabalhamos em cima do presente, mas temos um plano B", completa Lamers.
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