Tricolor pode ficar com a Vila Capanema caso acerte com a União a troca por outro terreno de seu patrimônio.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Mesmo juridicamente vitoriosa, a União acena positivamente para um acordo político com o Paraná envolvendo a questão da posse da Vila Capanema. Em troca da permanência do clube no Durival Britto, o governo federal aceitaria receber outro terreno de posse do Tricolor, ainda não definido, na forma de permuta.

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“Há a possibilidade de que seja firmado um contrato de permuta entre a União e o Paraná Clube. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) aguarda a formalização de propostas para a realização deste contrato”, afirma a nota oficial enviada à reportagem pela assessoria de imprensa da SPU.

A estratégia já havia sido revelada em março deste ano pelo vereador Tiago Gevert (PSC). Torcedor paranista, o político participa da ofensiva do clube na busca por um acordo político na questão da Vila. “A gente está negociando esta permuta”, revelou o vereador na ocasião.

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Na última quarta-feira (13), Gevert esteve em Brasília ao lado do presidente do clube, Leonardo de Oliveira. Eles se reuniram com o líder do governo interino na Câmara dos Deputados, André Nunes (PSC), e com o Secretário de Patrimônio da União, Guilherme Estrada.

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Via assessoria de imprensa, Leonardo Oliveira afirma que ainda é muito cedo para se falar em um acordo envolvendo permuta com a União, dizendo que a visita à Capital Federal serviu para o clube iniciar um diálogo e demonstrar seus interesses na questão.

Além da Vila, os atuais patrimônios do Paraná são a sede social da Kennedy, colocada à venda em outubro do ano passado; a Vila Olímpica do Boqueirão, que foi leiloada em 2015 por dívidas com ex-funcionários, mas teve o arremate cancelado; e o CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, que chegou a ser envolvido em pendências judicias com a BASE, antiga parceira do clube, e com o empresário Leo Rabello, do caso Thiago Neves.

Entenda o caso

Um breve resumo da trajetória jurídica do Durival Britto e Silva:

Ação

Em 1978 a Rede Ferroviária Federal pede a reintegração da posse do terreno da Vila, pois entende que o nascimento do Colorado, em 71, [fusão do Ferroviário, do Britânia e do Palestra Itália] interrompeu a relação entre o local e o extinto Ferroviário.

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Vitória

A Justiça Estadual do Paraná julga, em 2003, improcedente a ação da Rede e declara que o Paraná possuía o domínio e a posse da área.

Reviravolta

A Rede Ferroviária entra em liquidação e o presidente Lula decide, via medida provisória, integrar todo o patrimônio da RFFSA à União.

Derrota

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Em março de 2012, a Justiça Federal decide que o estádio é patrimônio da União e determina a desocupação do imóvel. O clube recorre no Tribunal Regional Federal.

Fim?

O Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4) dá o veredito em favor da União e afirma que cabe ao Tricolor somente receber indenização pelas benfeitorias feitas no estádio desde 1971, ano da criação do Colorado