Fernando Miguel admitiu que não conseguiu fazer o time jogar um bom futebol contra o Oeste, mas pede tempo para acertar a equipe.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O “vestibular 2016” paranista para a próxima temporada não vai bem. Na saída do técnico Fernando Diniz, demitido no fim de setembro, a diretoria do Paraná admitiu que já pensava na próxima temporada. Além de avaliar as peças do elenco para montar um planejamento para o ano que vem, o clube também tinha o intuito de observar o rendimento de Fernando Miguel no comando do Tricolor. Por ora, não tem dado sinais de que seja aprovado no teste.

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Nas duas partidas sob sua liderança, o Paraná fracassou. Foram dois empates e um futebol de baixa qualidade. No primeiro, no duelo sem gols com o Criciúma, os atletas e o treinador amenizaram o fraco rendimento exaltando o ponto somado como visitante. Nesta terça-feira, porém, no 1 a 1 com o Oeste, pela 30ª rodada da Série B, nem mesmo Fernando Miguel conseguiu esconder a frustração, assumindo sua responsabilidade pelo tropeço.

“As substituições que eu fiz não surtiram efeito. Assumo a culpa deste empate. Futebol não é sorte, é competência de matar o jogo e nós não conseguimos”, falou. Em seguida, fez uma ressalva: “Tive pouco tempo para trabalhar a equipe”. Entre o primeiro e o segundo duelos, foram apenas quatro dias.

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Fernando Miguel até tentou mudar o comportamento do time. Depois de armar um esquema bastante defensivo no compromisso com o Tigre, ele prometeu uma postura agressiva para bater os paulistas na Vila Capanema. No intervalo, trocou o volante Rosinei para colocar o atacante Danilo, mesmo com o placar favorável de 1 a 0. A falta de criatividade, quebrada apenas pelo gol marcado por Rafael Carioca, em jogada individual no primeiro tempo, se repetiu na etapa final.

E para infelicidade do técnico, nessa fase de avaliação, outro problema ganhou reprise no gramado da Vila Capanema: a falha grotesca no sistema defensivo. Uma bobeira geral permitiu que o meia Renan Mota desfilasse sem qualquer incômodo por toda a área paranista e empatasse o confronto. Levar gols no fim dos jogos já havia ocorrido contra Botafogo, Paysandu e Ceará – em todos esses casos o Tricolor havia aberto vantagem no marcador e permitiu a reação do oponente.

Preocupado em mostrar serviço para continuar com a prancheta tricolor em 2016, Miguel sabe que esses deslizes podem lhe custar uma nota mais elevada no vestibular paranista. E cobrou o elenco. “Isso vem acontecendo em varias rodadas. A gente trabalha, fala na preleção para os jogadores manterem o posicionamento tático”, desabafou o treinador, que logo que assumiu o cargo na vaga do xará Diniz admitiu que tem a intenção de se firmar. “Tenho essa ambição [de ser efetivado]. Estou aqui há pouco mais de quatro meses como auxiliar. Tantos treinadores começaram dessa forma, como interinos, e o negócio andou e hoje são o que são”, disse, em entrevista à Gazeta do Povo, no último dia 1º.

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O técnico agora vai ter o tempo desejado para treinar, implantar o seu estilo e convencer a direção de que já está apto para começar a carreira como treinador. A Série B para por 10 dias, por causa das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Na próxima rodada, o Paraná viaja até Salvador, para enfrentar o Vitória, na Fonte Nova, sexta-feira (16), às 21h30.

Nem bem havia começado a partida e o técnico interino do Paraná, Fernando Miguel, já gesticulava e reclamava com o time na Vila Capanema.
Rafael Carioca, de novo atuando na lateral esquerda, foi um dos poucos a levar perigo à meta do Oeste.
Jogo com muita marcação e pouca inspiração entre Paraná e Oeste, times que têm pouco a almejar na Série B deste ano.
Rafael Carioca abriu espaço na defesa do Oeste, na base de velocidade, e colocou o Paraná em vantagem na Vila Capanema.
Bola na rede e pose de artilheiro. De volta à lateral, por vontade própria, o meia de origem Rafael Carioca marcou seu segundo gol na Série B.
Placar aberto e festa do time paranista em jogo com poucas chances de gol no primeiro tempo.
Fernandes, do Paraná, disputa a bola com o zagueiro Daniel Gigante, do Oeste, no segundo tempo, em lance que simboliza o baixo nível técnico da partida.
A zaga do Paraná tira uma soneca aos 25 minutos da etapa final e Renan Mota aproveitou para enfileirar os adversários antes de empatar o duelo na Vila Capanema.
O atacante Paulo Henrique ganhou mais uma chance na equipe titular, mas pouco produziu: linha de frente do tricolor vem deixando a desejar.