Para a Copa de 1950, a Vila recebeu do governo do estado 300 mil cruzeiros (R$ 450 mil)| Foto: Fotos: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Os gargalos

A estrutura antiga da Vila provoca algumas dificuldades em um jogo do tamanho do Atlético x Flamengo, na quarta-feira:

Imprensa

É o ponto mais delicado. O estádio tem 12 cabines fixas, além de oito camarotes e um espaço à frente da tribuna de honra onde as equipes de transmissão têm sido acomodadas. A tribuna de imprensa escrita é pequena e no meio dos torcedores. Há preocupação com segurança e a capacidade de acomodar todos os profissionais e equipamentos. Foi limitado o número de credenciados por veículo e algumas emissoras de tevê devem transmitir o jogo do estúdio.

Gramado

Trocado no primeiro semestre, o terreno não suportou a série de jogos – 40 em pouco mais de cinco meses. Tem muitos buracos, principalmente nas duas áreas, no círculo central e na região próxima às sociais.

Vestiários

Pequenos, mas com uma estrutura adequada para os times. A dificuldade é na área para entrevistas, especialmente do visitante. A solução é realizar o atendimento na pista, com tem sido usual em partidas de times com grande cobertura da imprensa.

Público

O Atlético aposta nas medidas pós-Atletiba (setorização, reforço nos alambrados, retirada das faixas da organizada) para evitar tumulto. Para os flamenguistas, os R$ 250 pagos no ingresso dão acesso ao pior lugar do estádio, sem cadeira ou cobertura.

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Vestiário tem boa estrutura, mas, por falta de espaço, o aquecimento tem de ser no gramado
A vista que a torcida do Flamengo terá na primeira final da Copa do Brasil, na quarta-feira
A cabine acanhada para as rádios
O castigado gramado: muitos jogos
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O padrão Fifa une os palcos da final da Copa do Brasil. A diferença está no grau de exigência separado por 64 anos e 15 Mundiais. O Maracanã, onde Atlético ou Flamengo dará a volta olímpica, consumiu R$ 1,2 bilhão para se enquadrar a um calhamaço que determina até a posição do gramado em relação ao sol. A Vila Capanema, local do primeiro jogo, recebeu do governo do estado 300 mil cruzeiros (R$ 450 mil em moeda atual) para adequar o estádio, inaugurado em 1947, a parâmetros espartanos: 30 mil lugares, vestiário adequado, área para a imprensa e dimensão padrão do gramado.

A construção em uma época de poucas e baratas exigências, combinada ao fato de jamais ter sofrido uma reforma profunda, fará do jogo de quarta-feira, às 21h50, um teste à capacidade do Durival Britto e Silva de receber um grande espetáculo. Uma prova de fogo no penúltimo jogo de uma temporada em que a Vila foi usada e frequentada como em poucas vezes na sua história.

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O principal gargalo está na estrutura para acomodar a imprensa. O estádio tem 12 cabines fixas e uma bancada para imprensa escrita, além de oito camarotes e uma área abaixo da tribuna de honra que são usadas para ampliar a área de trabalho. Desde o dia seguinte à classificação do Atlético para a final, emissoras de tevê têm avaliado as condições de trabalho na Vila. O diagnóstico é de que faltará espaço para abrigar os cerca de 200 profissionais envolvidos em seis transmissões – RPC TV, Globo, Band, SporTV, ESPN e Fox Sports. Alguns canais devem manter narrador e comentaristas no estúdio, mandando apenas repórteres, equipe técnica e seus caminhões de transmissão para o estádio.

Para as rádios, há limite de credenciados: um narrador, um comentarista, dois repórteres e um técnico de som por emissora. Também há restrição de posições na beira do gramado (40) e preferência às empresas de Curitiba e do Rio. Mesmo com esses cuidados, o batalhão de imprensa na final deve beirar 500 pessoas. Toda a operação é coordenada pelo Atlético. Embora dono do estádio, o Paraná não se mete e tampouco se pronuncia a respeito.

Um caos com potencial para se estender ao gramado, mas não aos vestiários ou às arquibancadas. Trocado no primeiro semestre, o campo é um dos pontos negativos da Vila. Cheio de buracos, o terreno influencia diretamente no estilo e na qualidade de jogo. Quem tenta pôr a bola no chão, invariavelmente se dá mal. Conclusão facilmente tirada no aquecimento, feito ali apenas porque os vestiários não têm estrutura para tanto.

A dimensão reduzida é o único senão das instalações para os jogadores. Há espaço suficiente para trocar de roupa, atender rapidamente jogadores machucados, ouvir orientações do treinador. Na área do mandante existe até uma capelinha.

O conceito pequeno, mas funcional serve também para as arquibancadas. A setorização após a confusão entre atleticanos no Atletiba do returno deixou mais racional a divisão do público pelo estádio. Há lanchonetes e banheiros em bom número. Falta cobertura na reta do relógio, na curva norte e no setor do visitante.

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Nada que iniba a presença da plateia. Os 16 mil ingressos disponíveis devem ser vendidos (ou habilitados, no caso dos atleticanos). Não será o maior público desde a reabertura do estádio, em 2006, posto que pertence ao Paraná x Flamengo da Libertadores do ano seguinte: 20 mil pagantes. Mas será o maior de um ano em que a Vila teve 13 jogos com mais de 10 mil pessoas. Também será quase igual à soma dos dois públicos de Copa do Mundo no Durival Britto e Silva – 7.903 em Suécia x Paraguai, 9.311 em Espanha x EUA. Um tempo de outro padrão Fifa, porém com impacto direto na decisão de quarta-feira.

Vila Capanema