Ex-coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira faz uma dura análise do futebol brasileiro. Para ele, o país está em crise e deixou de ser referência no futebol internacional após o vexame da goleada por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo.
"A realidade é que o Brasil deixou de ser referência. Precisamos de um choque de gestão dentro e fora de campo", afirmou Parreira nesta segunda-feira, durante o 1º Fórum Brasil de Treinadores, realizado em Itu, no interior do Estado.
Parreira usou como exemplo para reforçar a sua análise a lista de candidatos a melhor jogador do mundo. "É só olhar que a Fifa está fazendo a eleição dos melhores do mundo e entre os 15 jogadores de meio de campo não tem nenhum brasileiro. Entre os atacantes, só tem o Neymar. Isso é muito pouco para o futebol brasileiro e representa o momento não tão bom que estamos vivendo", disse.
Para o treinador, o problema do Brasil é estrutural. Sem boas condições de trabalho em comparação com países da Europa, o Brasil já não consegue mais revelar jogadores de qualidade como antes. "Para melhorar, não é só dentro de campo, é preciso um choque de gestão e dar melhor estrutura de trabalho aos profissionais. Um treinador qualificado, sem dúvida, melhora a formação dos jogadores e a qualidade do futebol."
Parreira também chamou a seleção alemã de "máquina" e classificou a eliminação do Brasil na semifinal da Copa como "vergonhosa". "Fomos batidos pela máquina alemã de jogar futebol um time maravilhoso que se aproveitou bem de um dia não tão favorável da seleção brasileira", disse. "O 7 a 1 foi uma página vergonhosa do nosso futebol. Aconteceu, mas não vai se repetir nem se jogarmos mais 50 vezes com a Alemanha."
Ele, no entanto, acredita que Dunga será capaz de reconstruir a seleção brasileira até a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. "Não precisa de técnico estrangeiro. O exemplo está aí. Olha o Dunga, em seis jogos conseguiu seis vitórias. Está provado que técnico da seleção brasileira tem de ser brasileiro. Nosso momento não somos referência, mas vamos voltar a ser, não tenho dúvida. Na próxima Copa vamos ser referência. Somos muito bons. Nosso material humano é o melhor. A hora que a gente resolver nossos problemas dentro e fora de campo, os resultados também serão bons."
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