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Treino do Cianorte: prejuízo também com a falta de ritmo de jogo | Ivan Amorim/ Gazeta do Povo
Treino do Cianorte: prejuízo também com a falta de ritmo de jogo| Foto: Ivan Amorim/ Gazeta do Povo

Entenda o caso

Confira o que levou à paralisação temporária da Terceira e da Quarta Divisão do Brasileiro:

• Rebaixamento

O Brasil de Pelotas perdeu seis pontos na Terceira Divisão do ano passado e acabou rebaixado. O time não concordou com a medida e obteve na Justiça gaúcha, há três semanas, uma liminar que o colocava novamente na Série C, na vaga que estava ocupada pelo Santo André.

• Tribunais

A mesma situação ocorreu com Treze-PB e Araguaína-TO, que ganharam da Justiça de seus estados o direito a um lugar na Terceirona, ocupando espaço que seria do Rio Branco-AC. Este, porém, também se ampara no tribunal estadual para continuar na competição.

• STJD

Rebaixado de última hora, o Santo André acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que determinou a suspensão do torneio até que o problema legal envolvendo os cinco clubes fosse resolvido.

• Fifa

A situação pode ganhar envolvimento da Fifa, já que a entidade proíbe que clubes procurem a Justiça comum antes de serem encerradas as disputas judiciais no âmbito desportivo.

O imbróglio judicial que suspendeu o início do Campeonato Brasileiro das Séries C e D começa a se refletir nos cofres dos times. Representantes paranaenses na Quarta Divisão nacional, Cianorte e Arapongas começaram a sentir os prejuízos causados pelo atraso de quase três semanas para o pontapé inicial da competição. O primeiro jogo das equipes do Paraná estava marcado para 27 de maio.

A diretoria do Cianorte contabiliza déficit de aproximadamente R$ 100 mil durante a suspensão da Série D. "Perdemos ações que dependem do andamento da competição: são vendas de placas publicitárias e pacotes de ingressos, por exemplo", declarou o diretor de futebol do Leão do Vale, Adir Kist. "Sem competição e sem o time em evidência, não conseguimos que isso deslanche."

Situação semelhante aflige o Arapongas. A equipe da Região Norte adjetiva o déficit como incalculável e já teme os prejuízos que uma suspensão mais longa possa ocasionar. "São 60 clubes, com 30 atletas, mais a comissão técnica. São mais de duas mil pessoas envolvidas e vivendo essa tensão", desabafou o presidente do time, Adir Leme.

A falta de receitas também afeta a situação dentro de campo. Com os gastos limitados a treinos e jogos na região, os amistosos contra equipes mais fortes acabam inviáveis. Segundo a diretoria do Cianorte, um jogo-treino contra uma equipe do interior paulista, por exemplo, teria uma despesa entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. "Jogos toda a hora contra equipes de outros estados poderiam aumentar o rombo", afirmou Kist.

O Leão fez três partidas treinos durante o período de paralisação da Série D. Foram duas partidas contra as categorias de base do Londrina e do Atlético e um confronto diante de uma equipe amadora da região. "Foram jogos de grande intensidade, mas mesmo assim fica deficitário, porque equipes gaúchas jogam com Internacional e Grêmio. Os paulistas marcam amistosos contra Palmeiras e times do interior", alertou o treinador do Cianorte, Paulo Turra.

A equipe do Arapongas fez um amistoso a menos do que o Leão. Mas o maior desfalque do time, reflexo da suspensão da Série D, é o atacante Léo Itaperuna, um dos principais destaques do time no Paranaense deste ano. O jogador foi negociado com o Sion, da Suíça, mas disputaria as primeiras partidas do Arapongão no Nacional. O impasse judicial, no entanto, atrapalhou as pretensões do jogador e da diretoria. O atleta embarcou na última semana para a Europa.

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