A torcida do Operário e Ponta Grossa estão vivendo um sentimento misto de festa, expectativa e ansiedade. Mas a angústia tem data definida para se transformar em alívio: segunda-feira (14), às 21h, no Germano Krüger, no duelo contra o Maranhão pelas quartas de final da Série D, que pode sacramentar o acesso do Fantasma à Série C depois de 24 anos.
Após vencer por 3 a 1 no duelo de ida, em São Luís, o Operário está com um pé na vaga na semifinal da Série D – e consequentemente o acesso para a Terceirona. Somente um desastre estraga a festa armada na cidade, já que o empate ou até a mesmo uma derrota por um gol de diferença são suficientes.
A última vez que o Operário disputou a Série C foi em 1993. Desde então, altos e baixos marcaram a história do clube, com destaque maior para o título do Estadual, em 2015, com direito a goleada no Coritiba em pleno Couto Pereira. O jogo mais importante dos últimos anos faz torcedores e simpatizantes do Fantasma saírem de Curitiba em direção aos Campos Gerais para apoiar o clube de 105 anos.
“Nossa caravana está indo em aproximadamente 15 pessoas. Tem gente que é de Ponta Grossa, de Curitiba, torcedores do Atlético. Em Ponta Grossa já estão mais ou menos em clima de comemoração. Só não comemoramos porque sabemos o time que temos”, revela Sophia Suh, torcedora que com frequência faz bate e volta para acompanhar o Operário. “Se conseguirmos o acesso, voltamos para Curitiba lá pelas 3h”, prevê.
A publicitária de 25 anos é natural em São Paulo, criada em Ponta Grossa, mas reside em Curitiba e tem dificuldade para explicar o fanatismo e o que a levaram torcer pelo clube. “Fui ao estádio pela primeira vez aos 10 anos com meu pai. Não sei porque torço para o Operário. É que eu gosto de torcida raiz. E quem torce para o Operário, torce de verdade. Tenho o Fantasma tatuado no dedo, já levei a camisa do Operário para ser benzida na Ásia”, conta a torcedora, que tinha apenas dois anos na última vez que o clube esteve na Série C.
A diretoria do Operário manteve o preço promocional de ingressos a R$ 30 (R$ 15 meia) para lotar a os 8 mil lugares do Germano Krüger. E como de costume, caso o acesso seja concretizado, a torcida irá invadir a avenida Vicente Machado, uma das principais da cidade, assim como fez no título paranaense.
Os próprios jogadores admitem que é difícil segurar a ansiedade que tomou conta de Ponta Grossa. Mas o volante e capitão Chicão cobra do elenco que seja evitado o clima de oba-oba. “Temos que administrar esse sentimento. Não vamos dar brecha ao adversário para coroar a cidade com o tão sonhado acesso”, afirma o jogador.