O presidente da Uefa, Michael Platini, rebateu as acusações feitas pela revista France Football nesta terça-feira e ameaçou processar a publicação do seu país. O dirigente foi acusado, em reportagem divulgado pelo veículo, de vender seu voto no processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2022.

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Platini, que também é um dos vice-presidentes da Fifa, teria recebido suborno dos responsáveis pela candidatura do Catar, além de ter aceitado suposta pressão do então presidente da França, Nicolas Sarkozy. Em uma votação polêmica, o Catar conquistou o direito de sediar o Mundial, em detrimento dos Estados Unidos.

"Eu me reservo o direito de processar qualquer um que questione a minha integridade neste voto", declarou o ex-jogador da seleção francesa, citado no texto intitulado "Qatargate". Além de Platini, foram citados o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o presidente da Associação de Futebol da Argentina, Julio Grondona, e o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, na reportagem de 15 páginas da revista.

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De acordo com a publicação, Platini teria participado de reunião com Sarkozy e o príncipe do Catar, Sheik Tamim bin Hamad al-Thani, em jantar realizado na residência oficial do presidente, em novembro de 2010, antes da votação que escolheu o país como sede da Copa, no mês seguinte. Por razões políticas, Sarkozy teria pressionado Platini a mudar o seu voto para favorecer a candidatura catariana.

Em nota oficial, Platini negou a pressão do então presidente. "Sarkozy jamais se permitiria fazer este pedido para votar na candidatura do Catar porque ele sabe que sou um homem independente. A France Football não está fazendo nenhum revelação sobre isso porque eu mesmo tornei público este jantar há dois anos".

A revista ainda estabeleceu uma ligação entre o suposto crescimento da influência do Catar no futebol francês após a votação. Em 2011, o Qatar Sports Investment adquiriu o Paris Saint-Germain, que seria o time favorito de Sarkozy. O filho de Platini, Laurent, trabalharia no clube.

O presidente da Uefa, contudo, rebateu as suspeitas. "Acreditar que a minha escolha no voto por Catar 2022 foi em troca de acordos entre o governo e o Catar é pura especulação. Trata-se apenas da opinião de quem escreve estas mentiras", declarou Platini. "Fiz a minha escolha de forma independente, seguindo a lógica que sempre defendi: dar abertura a países que nunca sediaram grandes eventos esportivos".

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