O procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o curitibano Paulo Schmitt, não vai mais continuar no cargo que exerce há dez anos a partir do próximo mandato. Desgastado entre os clubes, ele decidiu não concorrer para permanecer na função.
A troca do comando de todo o STJD acontecerá em julho, com eleição do novo presidente e indicação de nove auditores para composição do Pleno.
Para a procuradoria, a CBF envia uma lista com três nomes e o tribunal vota para escolher quem estará na linha de frente -a troca acontece de dois em dois anos.
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Schmitt diz que já cumpriu seu papel no futebol e, portanto, não se candidatará à vaga.
“Sobre esse assunto entendo que já dei a minha contribuição, mais de 10 anos perseguindo de forma incansável o cumprimento das normas desportivas, e em defesa da ética e moralidade. Tive a honra de chefiar uma equipe incrível, e tendo a plena confiança dos indicantes no caso CBF e tribunal ao longo de todo esse período. Não tenho pretensão em continuar. Estou com novos projetos”, afirmou, em rápido contato com a reportagem.
Durante estes dez anos, Schmitt ficou famoso entre clubes, torcedores e imprensa. Com declarações fortes e diversas polêmicas, ele tinha o papel de denunciar os times e jogadores por infrações cometidas, levando os casos para o Tribunal – não fazia parte dos julgamentos.
Nos últimos meses, acabou tendo sua imagem desgastada no meio. Viajava mundo afora por convite da CBF, assistindo a jogos com entradas doadas pela entidade -o que gerava certo mal-estar pelo papel que cumpre.
Foi também acusado de revender ingressos da Copa do Mundo, há dois anos, no Brasil, caindo no grampo da Polícia Federal – -chegou a ser investigado, mas não foi denunciado.
Neste ano, trocas de e-mails de Schmitt com a CBF chegaram à CPI e foram relevadas pela ESPN, causando nova polêmica e uma investigação interna do STJD, para apurar se sua atuação estava sofrendo interferência da confederação -ainda não teve resultado.
Por causa do episódio, clubes se juntaram em um abaixo-assinado, pedindo seu afastamento imediato, o que não aconteceu.
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