Torcedora do Grêmio, Patrícia Moreira, fala com imprensa sobre caso de racismo| Foto: Luciano Leon / Folhapress

A Polícia Civil de Porto Alegre deteve no começo da noite desta sexta-feira um suspeito de ter provocado o incêndio na casa da torcedora gremista Patrícia Moreira, registrado durante a madrugada. A garota de 23 anos tem sido ameaçada nas redes sociais desde que foi flagrada chamando o goleiro Aranha de "macaco", durante jogo entre Grêmio e Santos, no dia 28 de agosto, pela Copa do Brasil.

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Elton Grais, de 28 anos, foi reconhecido por uma das testemunhas na 14ª Delegacia de Polícia. Segundo as investigações iniciais, o fogo teria começado numa parte da casa onde há um hidrômetro, sem fiação elétrica por perto - o imóvel fica no bairro Passo das Pedras, na zona norte da capital gaúcha.

O delegado Tiago Baldin, responsável pelo caso, informou que o suspeito apresenta um ferimento na mão, supostamente provocado por uma queimadura. E, diante dos indícios, revelou que iria pedir a prisão preventiva do acusado.

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Por volta das 4 horas desta sexta-feira, uma vizinha que mora em frente à residência da torcedora gremista de 23 anos viu o incêndio e chamou o Corpo de Bombeiros. Com baldes, as pessoas da região conseguiram apagar parte do fogo, que foi contido totalmente pelos bombeiros.

Patrícia deixou de morar no local desde que foi flagrada pelas câmeras de tevê ofendendo o goleiro santista, no jogo disputado na Arena Grêmio, e passou a receber ameaças nas redes sociais - esse mesmo imóvel já tinha sido apedrejado anteriormente.

A torcedora já disse que se arrepende do que fez e pediu desculpas publicamente a Aranha. Um inquérito policial investiga ela e outros torcedores gremistas que teriam ofendido o goleiro do Santos naquela partida - o crime seria de injúria racial. Enquanto isso, o Grêmio foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, condenado pelos atos de sua torcida acabou sendo excluído da disputa da Copa do Brasil.