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José Maria Marin não abre mão de ver a próxima convocação da seleção brasileira com 48 horas de antecedência | AFP
José Maria Marin não abre mão de ver a próxima convocação da seleção brasileira com 48 horas de antecedência| Foto: AFP

Na opinião do presidente da CBF, José Maria Marin, Ronaldinho Gaúcho não deveria entrar na seleção que vai disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em julho. A convocação da seleção brasileira para os amistosos que definirão a composição final da lista da Olimpíada ocorre na sexta-feira (11). E o dirigente já deixou claro que pretende ver quem são os escolhidos nesta quarta, 48 horas antes do anúncio.

O cartola afirma que é de sua responsabilidade ainda evitar que o evento seja usado por empresários de jogadores para promover seus atletas e insiste que o objetivo terá de ser o de formar uma equipe com "espírito olímpico". Marin garante que não quer ter acesso antecipado à lista de jogadores para incluir eventuais protegidos seus na seleção de Mano Menezes. Mas acredita que ajudaria a evitar "elementos estranhos no grupo".

Em março, Mano Menezes anunciou uma lista de 52 jogadores que potencialmente poderiam ir a Londres, uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI). E Ronaldinho Gaúcho estava nesse grupo. Assim como para qualquer outro caso que pareça fora de contexto, Marin insiste que a comissão técnica terá de dar explicações para justificar se o astro do Flamengo aparecer na convocação olímpica. Mas deixa claro que, por ele, o jogador "não iria".

Marin explica que tentará evitar que surpresas acabem ocorrendo, com a inclusão de jogadores desconhecidos e que seriam alvo de pressão de empresários, na esperança de promover certos atletas. "Todos sabem quem são os melhores", indicou o presidente da CBF, apontando para exemplos como Lucas, do São Paulo, e Leandro Damião, do Inter. "Já vimos listas que eu mesmo tinha dificuldade para saber quem era um determinado jogador", lembrou. "A diferença é que eu sou do meio. Conheço todos os detalhes. Não adianta me dizer que tal ou tal jogador está estourando num campeonato totalmente desconhecido. Conheço todos os truques."

A próxima convocação será uma das mais importantes na era Mano Menezes, pelo menos desde a Copa América. Isso porque o treinador terá, a partir do final de maio, um bom tempo com a equipe. No próximo dia 26, em Hamburgo, o Brasil enfrenta a Dinamarca em amistoso. Logo depois, viaja para encarar os Estados Unidos, no dia 30. Quatro dias depois joga contra o México e no dia 9 contra a Argentina.

Marin insiste que a convocação terá um "caráter olímpico". Ou seja, a lista que o público conhecerá na sexta-feira vai ser formada por jogadores que serão testados para serem usados nos Jogos de Londres. O presidente indicou que quer dos atletas "quase um espírito amador". "Não adianta ter só prestígio", declarou o cartola.

Ele rejeita a tese de que está mudando a forma pela qual a lista é divulgada e insinua que os demais presidentes da CBF também já tinham acesso aos nomes dos convocados antes do publicação. A diferença, segundo ele, é que nunca admitiram.

Sem comentários

Mano Menezes não quis comentar sobre a opinião de Marin. "Tenho relação direta com o presidente da CBF e com o diretor de seleções [Andrés Sanchez]. Não ouvi o teor da entrevista do presidente e, portanto, não vou fazer nenhum comentário", disse o técnico.

O treinador resolveu apostar em Ronaldinho Gaúcho após o fracasso do Brasil na Copa América da Argentina, em junho do ano passado. O jogador do Flamengo vivia uma boa fase no Campeonato Brasileiro e tinha preferência nas enquetes com torcedores para voltar à seleção. Chamado para amistosos no segundo semestre, o craque convenceu Mano Menezes de que poderia ser referência do time e anteparo à nova geração. Depois caiu de rendimento no clube carioca e sua presença na seleção virou alvo de críticas e rejeição.

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