Parceiros na busca de uma divisão mais igualitária dos direitos de televisão da Primeira Liga, a dupla Atletiba deve tomar caminhos opostos, caso a direção do torneio mantenha a forma de rateio definido em reunião no fim de outubro (leia abaixo).
Enquanto a tendência do Atlético é radicalizar e abandonar a disputa, o Coritiba pretende manter-se dentro do campeonato, apesar de não aprovar o cenário atual.
“A decisão unânime do G5 foi de protestar contra os valores, mas permanecer na liga. Vamos tentar reverter a divisão atual”, acena o vice-presidente do Coxa, Alceni Guerra.
DIVISÃO DA DISCÓRDIA
Atlético e Coritiba querem que os quase R$ 70 milhões – valor para três temporadas – do acordo com a Rede Globo seja dividido da seguinte forma: 50% entre todos os clubes, 25% a partir da audiência e 25% em premiação.
Porém, o rateio definido em reunião da liga, no mês passado, foi diferente: 46% entre todos, 31,5% por audiência e 22,5% para o resultado em campo.
Na última semana, Atlético e Coritiba enviaram carta conjunta endereçada ao presidente da liga, Gilvan Tavares, também mandatário do Cruzeiro, pedindo marcação de assembleia geral para tentar estabelecer o modelo inglês (50/25/25) de rateio.
O requerimento veio dois dias após a liga questionar seus filiados, por e-mail, um posicionamento definitivo sobre o assunto direitos de transmissão. Quase como um ‘ou aceita ou está fora’.
“Não diria que foi um ultimato ou uma coação, mas foi uma total deselegância com membros da liga”, critica o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, que indica que a permanência do Furacão está mesmo em risco.
“Não é uma decisão fácil. Nós vamos deixar de participar, vamos perder arrecadação, mas a questão tem a ver com princípios estabelecidos na fundação da liga. Não podemos ficar reféns de alguns. Eu defendo isso, mas vamos resolver com a diretoria”, avisa o dirigente.
O CEO da Primeira Liga, José Sabino, rebate a teoria de que a forma de rateio estaria acordada. “O que foi dito no início é que tentaríamos fazer uma divisão mais igualitária, mas não com uma fórmula definida”, garante Sabino, que admite a dificuldade para se chegar a uma solução.
Agora, chegar a um acordo está nas mãos de Tavares, que ainda sequer aceitou o pedido de nova assembleia e parece irredutível quanto a isso. Para o vice-presidente da liga, Francisco Battistotti, presidente do Avaí, a melhor saída virá na base do diálogo.
“Não tenho nada contra voltar a conversar. Nada que leve à desavença e contrariedade vai fortalecer a liga. Na segunda vou passar um WhatsApp para o Gilvan pedindo uma reunião, o que o presidente da Chapecoense [Sandro Pallaoro] já havia me solicitado. O que interessa é estarmos todos em sintonia. Só lamento a questão ter sido aprovada por quase todos os 16 participantes anteriormente”, fala.
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