O rateio da receita de direitos de televisão é motivo de um enorme impasse entre os clubes da Primeira Liga. Mal estar que ameaça, inclusive, a realização do torneio da maneira prevista para 2017.
Aceita por 15 dos 16 participantes na semana passada, a proposta da Rede Globo – cerca de R$ 70 milhões pelas próximas três edições – seria dividida da seguinte forma: 46% (entre todos os clubes) 31,5% (audiência) e 22,5% (premiação).
A distribuição, contudo, foge da linha delineada na época da criação da liga, espelhada no modelo inglês. Nele, 50% do montante é reservado para divisão entre todos os membros, enquanto o valor restante é repartido igualmente em dois, entre prêmios e audiência (50/25/25).
Como o Atlético não assinou, o acordo está travado, já que a aprovação precisa ser unânime. Segundo apuração da reportagem, o clube tentará convencer os outros membros, em reunião ainda sem data marcada, a reverem a posição. Caso contrário, o campeonato poderia sofrer mudanças drásticas.
“O Mario Celso [Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético] me ligou depois da reunião, irritado, e disse que sairia da liga se não cumprissem o que havia sido acordado”, conta o vice-presidente do Coritiba , Alceni Guerra, à Gazeta do Povo.
O Coxa, que concordou anteriormente com a última maneira de divisão, agora sinaliza que pode voltar atrás, fazendo coro ao pedido do rival.
Os cariocas fizeram um complozinho com um dos mineiros para mudar o que tinha sido decidido quando da formação da liga. Roeram a corda.
O presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, também apoia o Atlético no caso. Segundo ele, o problema começou por causa da posição de Flamengo e Fluminense, de olho em mais verba de audiência.
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“Os cariocas fizeram um complozinho com um dos mineiros para mudar o que tinha sido decidido quando da formação da liga. Roeram a corda”, afirma o dirigente, que teve participação decisiva na CBF para o torneio sair do papel no início deste ano.
Para Peixoto, a discórdia trazida pela mudança repentina no rateio pode ser exatamente o que a mandatária do futebol nacional quer. O dirigente cita que alguns clubes teriam se reunido com a Rede Globo para tratar do assunto de maneira separada.
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“Acertaram os ponteiros e os outros interessados que engulam goela abaixo? Essa questão poderia inviabilizar a liga, o que a própria CBF quer”, opina Peixoto.
A reportagem tentou contato com o presidente da Primeira Liga, Gilvan Tavares, mas o dirigente do Cruzeiro não atendeu as ligações. O presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, disse que o clube não falará sobre o assunto.
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Competidores
Confira os 16 participantes confirmados para a edição 2017 da Primeira Liga
Paraná (3)
Atlético, Coritiba e Paraná Clube
Rio Grande do Sul (3)
Brasil-RS, Grêmio e Internacional
Santa Catarina (5)
Avaí, Chapecoense, Cricúma, Figueirense e Joinville
Minas Gerais (3)
América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro
Rio de Janeiro (2)
Flamengo e Fluminense