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Rafinha ganhou espaço no Bayern de Munique com a chegada de Pep Guardiola e a escalação de Phillip Lahm no meio de campo. | Divulgação
Rafinha ganhou espaço no Bayern de Munique com a chegada de Pep Guardiola e a escalação de Phillip Lahm no meio de campo.| Foto: Divulgação

O lateral-direito paranaense Rafinha não estava em campo no histórico 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, na semifinal da última Copa. No entanto, ele não consegue escapar das brincadeiras dos companheiros de Bayern de Munique. Titular da equipe alemã, o jogador revelado pelo Coritiba atua com seis campões mundiais.

O londrinense ficou na lista de espera de Felipão, entre os 30 pré-convocados. Apesar do vexame que a seleção passou, Rafinha garante não sentir alívio por não ter sido convocado para o Mundial. “Queria estar no bolo, ganhando ou perdendo”, diz. Agora, porém, vestir a camisa verde-amarela deixou de ser prioridade para o lateral, que mostra mágoa por ter sido deixado de lado nas listas.

De Munique, onde o Bayern encara o ucraniano Shakhtar Donetsk nesta quarta-feira (11), nas oitavas de final da Liga do Campeões, Rafinha conversou por telefone com a Gazeta do Povo. Além de seleção, ele falou sobre a titularidade na equipe, o perfeccionista Pep Guardiola e o time do coração que o revelou, o Coritiba.

Você trabalha com vários dos envolvidos no 7 a 1. Qual foi o impacto da partida para você?

Eu não vi o jogo. Estava viajando, voltando para a Alemanha. Foi até melhor. Quando me falaram o resultado, achei que era brincadeira. É difícil aceitar. É uma daquelas coisas que acontece uma vez na vida.

Depois da histórica goleada, ficou um certo alívio por ter ficado fora da convocação final e não ter feito parte do vexame?

Jamais fiquei aliviado. Eu gostaria de fazer parte do grupo final de qualquer jeito. Acabei só entre os 30. Queria estar no bolo, ganhando ou perdendo.

Publicamente, os jogadores alemães demonstraram muito respeito aos brasileiros após o 7 a 1. Mas no vestiário do Bayern, no dia a dia, qual o comportamento deles diante dessa vitória?

O pessoal respeita, sabe que é um momento difícil, mas não tem jeito. Eu não estava lá, mas sou brasileiro e sempre tem uma brincadeirinha ou outra com o assunto. Eles ganharam com merecimento e agora podem fazer isso. É uma coisa sadia.

O ciclo do Daniel Alves e do Maicon acabou na seleção. Você tem esperança de ganhar uma chance com o Dunga?

Meu pensamento agora não está na seleção e sim no Bayern.

Fica chateado por não ter tido mais chances?

Estou jogando direto aqui, comandado pelo Guardiola em um dos melhores times do mundo, ganhando títulos e não estou sendo lembrado... Preciso pensar no clube. Eu só falo da seleção quando eu estiver lá.

Falando em Guardiola, ele é mesmo viciado em trabalho? O Lahm, em entrevista recente, disse que desistiu de ser treinador depois de acompanhar o trabalho do espanhol.

É sem dúvida um dos melhores treinadores do mundo, muito moderno e que todo dia tem algo novo para nos passar. Ele se apega muito aos detalhes, é fascinado pelo trabalho de passe e procura chegar o mais perto da perfeição sempre. Ele não tem descanso.

Qual a importância do Guardiola para você? Com ele, você se consolidou como titular na lateral direita do Bayern.

Foi ótima a vinda dele para mim. Todo mundo sabe como é difícil se manter em um time tão forte como o Bayern e estou jogando sempre. O trabalho tem sido ótimo e passei a jogar com mais frequência mesmo. O Lahm é um dos melhores laterais do mundo e o Pep colocou ele no meio-campo, onde também deu certo. Com isso, ganhei espaço. O Pep me deu muito mais confiança.

Mas a adaptação ao trabalho dele não foi fácil...

Foi difícil o começo pela mudança do sistema de trabalho. Estávamos acostumados com o Jupp [Heynckes, técnico vencedor da tríplice coroa com o Bayern, em 2013]. A gente vinha de um ano vitorioso e a equipe demorou um pouco para assimilar o que o Guardiola queria. Mas temos grandes jogadores e logo as coisas começaram a dar certo. Já são três títulos grandes com ele [um Campeonato Alemão, um Mundial de Clubes e uma Supercopa da Europa].

O Bayern precisa da vitória nesta quarta-feira para seguir na Liga dos Campeões. O que espera do jogo contra o Shakhtar?

Vai ser difícil. Eles marcam muito em cima, matam as jogadas. Vimos na partida de ida [0 a 0]. Mas precisamos ter o controle do jogo e eles não podem fazer gol na nossa casa, ou pode complicar. Na Champions, a atenção é redobrada.

Tem conseguido acompanhar o Coritiba?

O time mudou bastante nesse ano. Como torcedor, espero que a temporada seja melhor e que o time não brigue pelo rebaixamento mais uma vez. A gente torce por um trabalho correto da nova diretoria. O Coritiba é grande e precisa de pessoas sérias.

O que achou da aposentadoria do Alex?

Todo mundo perdeu: o Coritiba, os jogadores, o futebol. O Alex é craque, não tem muito o que dizer, um exemplo dentro e fora de campo. Mas fico feliz por ele ter jogado no Coxa e deixado lembranças boas.

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