Renato Aragão, torcedor fanático do Vasco, completa 80 anos nesta terça-feira (13)| Foto:
Cartaz do filme

O torcedor do Vasco mais ilustre do Brasil completou nesta terça-feira (13) 80 anos de idade. Renato Aragão, fundador e principal pilar do grupo Os Trapalhões, fez não só do humor, mas também do futebol sua grande paixão na vida.

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Volta e meia o esporte era pano de fundo para as piadas do programa líder de audiência nas noites de domingo de 1977 a 1994. E não só. Aragão também levou seu personagem Didi a interpretar um roupeiro que acaba virando técnico para o cinema.

Em março de 2014, ao ser internado após um enfarte, Aragão deu uma noção do quão importante é o futebol em sua vida. "Estou melhor do que antes. Já posso até jogar futebol de novo", declarou ao deixar o hospital.

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Recorde alguns momentos dos Trapalhões no futebol:

Os Trapalhões e o rei do futebol

O filme de 1986 ainda é uma crítica atual aos desmandos do futebol brasileiro. As seguidas derrotas levam o Independência Futebol Clube a uma crise. E os dirigentes, ao invés de solucionar os problemas, começam a se degladiar na busca pelo poder.

O presidente bota o roupeiro Cardeal (Renato Aragão) como novo técnico para tentar afundar ainda mais o time e provar que o antecessor que não deveria ter mandado embora o treinador. Alheio às desavenças dos cartolas, a equipe comandada por Cardeal passa a vencer e chega a decisão do campeonato.

Os bons resultados despertam a curiosidade do repórter Nascimento (interpretado por Pelé), que começa campanha para que Cardeal vire presidente do Independência. O filme foi um dos recordes de público dos Trapalhões, com 3,6 milhões de espectadores.

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Rivalidade dentro de casa

Talvez o melhor esquete dos Trapalhões envolvendo futebol. O quadro traz a rivalidade do vascaíno doente Renato Aragão e do flamenguista irremediável Mussum.

A televisão na casa de Didi quebra e ele e a mulher vão assistir ao clássico Flamengo x Fluminense no vizinho Mussum. O problema é que enquanto Mussum e a mulher de Didi torcem pelo Rubro-Negro, a mulher de Mussum e Didi vestem as cores do Tricolor carioca.

No fim do quadro, enquanto todo mundo bate-boca e a polícia é acionada, Didi mostra qual clube realmente manda no futebol carioca naquele momento.

Lua-de-mel na concentração

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A polêmica das concentrações nos times de futebol é o alvo deste quadro da década de 70.

Didi é um jogador do Vasco e acaba de se casar. Para não perder a lua-de-mel, o jogador leva a esposa para a concentração, sendo criticado pelo companheiro de quarto Dedé. Um ponto interessante da esquete é que logo no começo Didi e a esposa são recepcionados na concentração pelos então ídolos do Vasco Roberto Dinamite e Dirceu, meia-atacante paranaense, criado no Coritiba e que jogou as Copas de 74,78 e 82.

Outro personagem "de fato" do quadro é Pai Santana, folclórico massagista da equipe carioca. Todos acabam se envolvendo nas trapalhadas de Didi.

Suborno na Copa de 1978

O quadro foi ao ar há 37 anos para satirizar a suspeita de suborno à seleção do Peru para classificar a Argentina na Copa de 78. O polêmico 6 a 0 dos argentinos sobre os peruanos rendeu não só a classificação dos donos da casa, como a queda da seleção brasileira, que deixou a competição invicta sob a alcunha de "campeões morais".

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Mas se Renato Aragão tivesse escrito o quadro ano passado, durante a Copa de 2014 no Brasil, teria sido ainda atual. A esquete mostra dirigentes de um clube reunidos para investigar suspeitas de suborno. Conforme uma testemunha vai descrevendo o culpado de corrupção, Didi vai se livrando de provas que o incriminem.

Ao fim, como não há provas, o presidente do clube diz que basta o acusado devolver o dinheiro do suborno para que o caso se encerre, no que todos os cartolas começam a tirar coisas dos bolsos.

O engraçado é que entre os objetos que os dirigentes devolvem estão relógios. Mesmo utensílio que foi alvo de um escândalo na Copa de 2014, quando a Fifa obrigou seus dirigentes a devolver relógios de ouro dados de presente pela CBF.

O comediante Pelé

Didi recebe a visita de Pelé e tenta ensinar o Rei do futebol a fazer comédia em troca de o jogador ensiná-lo a fazer gols. Pelé agradece a proposta, mas diz que não é comediante. Na verdade, o Rei está com o pé atrás de ser alvo dos comediantes.

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Cada vez que um dos integrantes dos Trapalhões entra no quadro, Pelé leva um susto e tenta fugir das brincadeiras do grupo. Mas, no fim, quem prega uma peça de fato no quarteto é Pelé – com uma ajudinha de Tião Macalé.