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2016 esteve longe de ser previsível no esporte nacional e mundial. Na retrospectiva da temporada, destacam-se as conquistas improváveis e muitas quebras de jejuns. O tão desejado ouro olímpico no futebol finalmente foi conquistado pela seleção brasileira. Na liga mais prestigiada da Europa atualmente, a inglesa, o nanico Leicester desbancou os gigantes rivais. Fórmula 1, Stock Car, NBA, Mundial de Surfe... Todas essas disputas ganharam um campeão inédito neste ano.

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Relembre abaixo algumas dos campeões improváveis de 2016.

Rio 2016

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Futebol nacional

Futebol internacional

Fórmula 1

Tênis

NBA e MLB

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Surfe

Futsal

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Rio 2016

- Ouro no futebol

 
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Futebol brasileiro em Olimpíadas era sinônimo de decepção, mas nos Jogos do Rio a frustração acabou. O time comandado pelo técnico Rogério Micale e liderado em campo por Neymar finalmente conquistou o sonhado ouro olímpico. A campanha verde-amarela começou com dois empates frustrantes diante de África do Sul e Iraque, mas a equipe reagiu no torneio e alcançou a final contra a Alemanha. No Maracanã lotado, o fantasma do 7 a 1 não prevaleceu e a vitória veio nos pênaltis. O goleiro Weverton, do Atlético – convocado às pressas depois do corte de Fernando Prass – defendeu uma das penalidades e ganhou status de herói.

- O voo dourado de Thiago Braz

 

Com péssimos resultados no último ciclo olímpico, não havia expectativa de medalha de ouro para o atletismo brasileiro na Rio-2016, mas o saltador Thiago Braz, de apenas 22 anos, conseguiu entrar para a história. Em uma disputa emocionante, o jovem paulista deixou para trás o favorito francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres-2012, número 1 do ranking e recordista mundial.

Com uma estratégia ousada, Thiago arriscou um salto improvável, acima dos 6 metros, marca que nunca havia sido alcançada em uma Olimpíada e conseguiu. Ao superar 6,03m, ele garantiu a medalha de ouro. Restou ao francês reclamar das vaias do público que pressionou muito o adversário do brasileiro.

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Futebol nacional

- Atlético campeão paranaense + Estaduais

 

Depois de sete anos, o Atlético voltou a levantar a taça do Estadual. O início na competição foi irregular, o que provocou a demissão de Cristóvão Borges em março, mas o time se acertou com Paulo Autuori no comando. A conquista teve gosto ainda mais especial para os rubro-negros por ser sobre o rival Coritiba e em pleno Couto Pereira. No placar agregado da final, 5 a 0. Título incontestável.

Alguns dos principais estaduais apresentaram surpresas. No Paulistão, o Audax, de Fernando Diniz, deixou São Paulo e Corinthians para trás no mata-mata e só foi derrotado pelo Santos na final. No Rio Grande do Sul, não houve Grenal na decisão: o Juventude foi o intruso, mas acabou derrotado pelo Colorado. Já em Minas Gerais, o América-MG quebrou um jejum de 15 anos e venceu o Estadual superando Atlético-MG e Cruzeiro.

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- Palmeiras campeão depois de 22 anos

 

Poucos minutos depois da eliminação do Palmeiras na semifinal do Estadual, ainda em abril, Cuca cravou: “seremos campeões brasileiros”. O técnico mostrou ter razão. O time paulista foi soberano no Nacional. Liderou 29 das 38 rodadas, foi o melhor visitante, terceiro melhor mandante, teve o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato. Fim de um jejum que durava desde 1994. O jovem Gabriel Jesus se consolidou como protagonista e foi eleito o craque do Brasileirão.

- Grêmio: jejum de 15 anos quebrado

 
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O Grêmio também saiu da fila em 2016 e encerrou um jejum de 15 anos sem a conquista de um título nacional. A equipe gaúcha levantou a taça da Copa do Brasil após superar nas fases de mata-mata Atlético, Palmeiras, Cruzeiro e – na grande final – o Atlético-MG. O triunfo na competição reforçou ainda mais o status de ídolo de Renato Gaúcho no clube. O ex-jogador assumiu a equipe em setembro e comandou o título.

- Vasco: surpresa negativa na Segundona

 

Na Série B, o título do Vasco era dado como certo e o Cruzmaltino chegou a dar indícios que faria uma campanha tranquila. O time carioca terminou o primeiro turno na liderança, com quase 70% de aproveitamento. Mas, no returno, o desempenho caiu (apenas 45%). O Vasco começou a acumular tropeços, deixou o topo da tabela e, por pouco, não deixou o acesso escapar. O retorno à Série A só foi garantido na última rodada graças a uma vitória sobre o Ceará no Maracanã. Melhor para o Atlético-GO, que ficou com o título.

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Futebol internacional

- Portugal, o melhor da Europa

 

Pela primeira vez, a Eurocopa contou com 24 clubes. E com o número recorde de times, não faltaram zebras. Liderado por Gareth Bale, País de Gales alcançou uma surpreendente semifinal. Já a Islândia, pequena ilha de apenas 330 mil habitantes, ganhou a simpatia de todos e chegou às quartas de final depois de eliminar a poderosa Inglaterra.

Mas quem festejou mesmo foi Portugal. O time de Cristiano Ronaldo se classificou para as oitavas de final apenas como um dos melhores terceiros colocados do grupo. Aos trancos e barrancos, avançou até a final contra a França, dona da casa. O time já não era favorito e ficou ainda menos cotado quando o CR7 deixou o campo machucado logo no primeiro tempo da decisão. Mas o improvável deu as caras e os lusos venceram na prorrogação: 1 a 0, gol de Éder. Título inédito, histórico para os portugueses.

- Chi-Chi-Chi-le-le-le

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O grito tradicional dos torcedores chilenos mais uma vez foi gritado a plenos pulmões. A equipe havia conquistado a Copa América de 2015 em casa e voltou a surpreender na edição 2016, disputada nos Estados Unidos para comemorar o centenário da Conmebol. A Argentina ganhou status de freguês ao perder mais uma decisão para o Chile nos pênaltis. Messi perdeu sua cobrança e chegou a anunciar a aposentadoria da seleção. Mais tarde, voltou atrás na decisão.

 

A Copa América também ficou marcada pelo mico do Brasil. O time, ainda comandado por Dunga, foi eliminado na primeira fase depois de uma derrota para o Peru.

- Leicester derrubando gigantes

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Na Inglaterra, tradicional por apostas na área esportiva, quem investiu dinheiro confiando no pequeno Leicester na temporada 2015/2016 se deu muito bem. A equipe consolidou uma das maiores zebras da história do futebol mundial ao vencer a Premier League. E com duas rodadas de antecedência.

O time comandando pelo italiano Claudio Ranieri havia escapado do rebaixamento por pouco no ano passado. Começou o campeonato com o quarto elenco mais barato na poderosa liga, mas foi deixando os gigantes milionários para trás pouco a pouco. Nada de Chelsea, Arsenal, Tottenham, Liverpool, Manchester United, Manchester City... A Inglaterra ganhou um campeão inédito que encantou o mundo com seu conto de fadas.

- O envolvente Atlético Nacional

 
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Depois de 25 anos, a final da Libertadores não contou com times de Brasil ou Argentina. Na decisão, o Atlético Nacional, da Colômbia, superou o Independiente del Valle, do Equador. Com um futebol ofensivo e envolvente, os colombianos levantaram a taça do torneio continental pela segunda vez – a primeira havia sido em 1989. A equipe fez a melhor campanha da primeira fase (cinco vitórias e um empate) e nas quatro fases mata-mata perdeu apenas um jogo. O Nacional ainda alcançou na temporada a final da Copa Sul-Americana e cedeu o título para a Chapecoense após o trágico acidente aéreo com a delegação catarinense.

- Kashima valente

 

O Atlético Nacional, porém, também foi vítima de uma zebra. Na semifinal do Mundial de Clubes, em dezembro, os sul-americanos perderam por 3 a 0 para o Kashima Antlers. O campeão japonês ainda foi valente na final e encarou de igual para igual o Real Madrid, campeão europeu nesta temporada. O Kashima chegou a estar vencendo por 2 a 1, mas cedeu o empate e acabou derrotados pelos espanhóis na prorrogação: 4 a 2.

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Argentina, o país do futsal

 

Em um ano de crise no futsal brasileiro, com sérias divergências entre dirigentes e clubes, a Argentina assumiu o protagonismo e conquistou pela primeira vez o Mundial da modalidade, realizado na Colômbia. A equipe albiceleste bateu a poderosa Rússia na final e teve em seu goleiro Nicolas Sarmiento o destaque da conquista. O Brasil decepcionou muito no torneio e caiu logo nas oitavas de final diante do Irã.

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Automobilismo

Rosberg sai da sombra de Hamilton

 
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Em mais um ano de amplo domínio da Mercedes, a rivalidade entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg se acirrou ainda mais. Com um início de temporada avassalador, o alemão abriu boa vantagem e administrou o campeonato, sagrando-se campeão pela primeira vez na última corrida, em Abu Dabi. Para a surpresa de todos, apenas cinco dias depois da conquista, Nico, de 31 anos, anunciou a aposentadoria. A revelação da temporada foi o jovem Max Verstappen, que, aos 18 anos, venceu o GP da Espanha. Ele se tornou o mais jovem piloto a vencer na Fórmula 1.

O campeão mais novo da Stock Car

 

Aos 21 anos, Felipe Fraga, da equipe Cimed Racing, se sagrou o campeão mais jovem da principal categoria de automobilismo do país. O tocantinense dominou a temporada com cinco vitórias, oito pódios e quatro poles em doze corridas. A conquista veio na última prova, em Interlagos. O piloto ainda colaborou para a sua equipe vencer o bicampeonato de construtores.

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Tênis

Djokovic e Serena desbancados; glória da Argentina na Davis

 

O mundo do tênis viu em 2016 a coroação de Andy Murray, novo número 1 do mundo. O britânico desbancou o sérvio Novak Djokovic e teve uma segunda metade de temporada quase perfeita, com títulos em Wimbledon, no Torneio dos Campeões e a conquista do bicampeonato olímpico.

No feminino, o ano foi de Angelique Kerber, que deixou para trás Serena Williams, em uma temporada muito irregular, e terminou a temporada no topo do ranking mundial. Na Olimpíada do Rio, uma grande zebra foi a inesperada vitória de Monica Puig, que bateu Kerber na final. A então n.º 34 do ranking conquistou o primeiro ouro da história de Porto Rico.

 
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Na Copa Davis, mais tradicional competição entre países da modalidade, a Argentina, conduzida por Juan Martin Del Potro – o grande retorno do ano – venceu a Croácia fora de casa na final e levantou a taça pela primeira vez.

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Fim de secas nos Estados Unidos

- A promessa de LeBron James

 

O ano foi histórico na NBA. Na temporada regular, o Golden State Warriors bateu o recorde de vitórias que pertencia ao Chicago Bulls de Michael Jordan: em 82 jogos, foram 73 triunfos e apenas nove derrotas do time da Califórnia. O Warriors, porém, falhou na busca pelo bicampeonato. Graças a LeBron James. O ala liderou o Cleveland Cavaliers e cumpriu a promessa feita em 2014 ao retornar à franquia: dar a cidade o título inédito da liga norte-americana de basquete. Na série melhor de sete jogos da final, o Cavaliers chegou a estar perdendo por 3 a 1, mas virou para 4 a 3.

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- O fim de uma seca centenária

 

O Chicago Cubs carregava consigo a maior maldição do esporte americano. Há 108 anos, a equipe de beisebol não conquistava um título da MLB. Mas o jejum que vinha desde 1908 acabou em 2016. Assim como na NBA, a decisão da World Series chegou ao sétimo jogo e o Cubs venceu o Cleveland Indians depois de estar perdendo a série por 3 a 1. Não à toa, a cidade parou no dia seguinte ao título para receber os jogadores como verdadeiros heróis.

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Surfe

- A ‘tempestade brasileira’ perde força

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Após doze anos de jejum, um havaiano foi novamente campeão do Mundial de Surfe. John John Florence, de 24 anos, foi o grande vitorioso da temporada. Com o feito, ele se tornou o quarto havaiano a vencer o circuito depois de Derek Ho (1993), Sunny Garcia (2000) e a lenda Andy Irons (2002, 2003 e 2004). O título interrompe a sequência de títulos dos brasileiros Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho.