Promessa do Atlético que não chegou a se firmar na Baixada, Pedro Oldoni busca o recomeço no futebol europeu com o apoio de dois pentacampeões mundiais. O atacante de 28 anos é, desde a semana passada, jogador do Sivasspor, time turco treinado pelo ex-lateral-esquerdo Roberto Carlos.
Odoni foi levado para lá pelo empresário Vitor Ruas, primo de Ronaldinho Gaúcho que vive em Barcelona, após uma temporada de poucas oportunidades no Vitória. "Tinha acabado de sair do Vitória. O Vitor veio com a proposta, fui atrás de informações do clube e em uma semana já estava aqui", conta Oldoni, por telefone.
Para o acerto rápido, pesou o nome de Roberto Carlos. O pentacampeão não precisou de muitos argumentos para convencer Oldoni a deixar o Brasil. "Não conhecia nada do clube. Minha única referência era o Roberto e pela oportunidade de trabalhar com ele já vale a pena", diz.
Uma compensação que tem a ver com o crescimento do clube no futebol turco. Fundado em 1967, por quatro décadas a única referência ao Sivasspor no esporte do país era a presença em uma tragédia logo no seu primeiro ano de atividade. Um tumulto na arquibancada durante um jogo com o Kayserispor deixou 40 mortos e mais de 300 feridos, na maior tragédia em uma estádio de futebol turco. Como consequência, os clubes foram mantidos até 1991 em grupos diferentes da segunda divisão da Turquia.
A sorte do Sivasspor mudou a partir da década passada, quando começou a ser controlado pelo empresário local Mecnum Otyamaz. Sem o menor pudor de pedir apoio ao poder público, levou o clube à primeira divisão em 2005 e jogou a preliminar da Liga dos Campeões em 2010. Em quarto na Superliga 2013/2014, sonha com uma nova aparição continental.
"Tenho contrato de um ano e meio. Então daria para jogar a Liga Europa ou Liga dos Campeões pelo clube. É uma vitrine", planeja Oldoni.
Por enquanto, o atacante ainda tenta se adaptar à nova vida. Sivas tem pouco mais de 350 mil habitantes e fica a uma hora de avião de Istanbul. Distância que faz com que a cidade seja muito mais árabe do que ocidental.
"Algumas mulheres usam véu na rua, de madrugada toca um sino e os muçulmamos começam a rezar", conta o jogador, que ainda estranha o idioma local. "O povo é muito receptivo. Não entendo nada, mas percebo que eles têm muita vontade de conversar", acrescenta Oldoni, que conta com o auxílio do tradutor, de Roberto Carlos, da comissão técnica e do lateral-direito Cicinho para encurtar a distância entre Brasil e Turquia.
Outra aliada importante será a mulher Jaqueline. Grávida, ele chega a Sivas essa semana, fica na cidade por dois meses e volta ao Brasil para, no fim de maio, dar à luz a primeira filha do casal. Bem no fim da temporada europeia, quando Oldoni pretende ter mostrado o futebol que se esperava dele desde quando despontou no Atlético de Lothar Matthäus, em 2006.
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