Às vésperas de estrear na Libertadores, o São Paulo teve uma atuação fraca para quem está perto de disputar uma competição tão importante. Uma atuação pouco criativa em um jogo violento fez o time ficar somente no 1 a 1 neste sábado, em Campinas, com o Red Bull Brasil, na abertura do Campeonato Paulista.
O técnico Edgardo Bauza considerou o jogo como um teste final para a estreia na fase preliminar da Copa Libertadores, na quarta-feira, contra o Cesar Vallejo. O time foi com a força máxima para ganhar entrosamento e corrigir possíveis falhas. A formação tem treinado desde o início da temporada e começa a demonstrar um novo perfil.
O futebol cadenciado e com foco na posse de bola é uma das marcas das equipes de Bauza. O novo estilo, porém, não fez a partida ser atrativa, pelo contrário. No primeiro tempo o São Paulo rondou a área demais, trocou passes com lentidão e arriscou pouco. Mas mostrou ter um novo ponto forte.
As bolas paradas são a obsessão do treinador argentino. Na véspera do jogo fechou o treino somente para treinar faltas e escanteios. E deu resultado. Breno cabeceou no travessão logo aos quatro minutos e Ganso, aos 43, completou um escanteio cabeceando no contrapé do goleiro para abrir o placar.
A vantagem de 1 a 0 salvou uma etapa inicial de futebol pobre. O caráter de “laboratório” do jogo para o São Paulo não impediu lances duros, faltas violentas, cartões amarelos e muitas discussões.
O adversário da estreia no Estadual esteve longe de amedrontar, tanto pelo futebol como pelo ambiente. Sem a tradição dos grandes clubes, o Red Bull não atrai seguidores e decidiu destinar maior parte da carga de ingressos à torcida do São Paulo, para ter mais arrecadação. Portanto, a equipe do Morumbi se sentiu quase como mandante.
Se não fosse o gol, o lance mais marcante do primeiro tempo teria sido uma falta cobrada pelo São Paulo. O Red Bull Brasil posicionou um jogador deitado atrás da barreira para impedir que um chute rasteiro surpreendesse o goleiro Saulo.
Após o intervalo, a desvantagem fez o time mandante tentar avançar. A postura deu espaços para o São Paulo que, pouco inspirado, não conseguiu aproveitar. Em uma das oportunidades, Alan Kardec entrou sozinho na área, tentou passar pelo goleiro e perdeu a bola.
Por não conseguir matar o jogo, o 1 a 0 se tornou aos poucos um resultado perigoso. O Red Bull Brasil já tinha acertado um chute no travessão e, apesar da limitação técnica, conseguiu arrumar o sonhado empate.
O árbitro deu um pênalti aos 25 minutos por um puxão de camisa durante disputa de bola área. Na confusão, o cartão amarelo saiu para Hudson, mas quem cometeu a infração foi Lucão. O ex-são-paulino Roger bateu com força para igualar.
O empate não alterou muito a postura das equipes. O Red Bull Brasil pareceu satisfeito por segurar o São Paulo, enquanto o time do Morumbi deu mostras de se poupar para a Libertadores. Bauza tirou Ganso e depois disso o time pouco atacou. Teve uma chance nos acréscimos, mas Carlinhos chutou para fora.
No jogo pouco atrativo e em que os lances principais foram de bola parada, fica como alento ao torcedor do São Paulo um posicionamento melhor do time. A equipe se mostrou mais compacta e sofreu menos sustos, como tanto tem priorizado Bauza durante o seu início de trabalho no clube.
RED BULL BRASIL 1 X 1 SÃO PAULO
Red Bull Brasil: Saulo; Everton Silva, Willian Magrão, Dráusio e Willian Rocha; Luan (Maylson), Nando Carandina e Thiago Galhardo; Igor Sartori (Willie), Misael (Maxwell) e Roger. Técnico: Maurício Barbieri.
São Paulo: Dênis; Bruno, Breno (Lucão), Rodrigo Caio e Mena; Hudson e Thiago Mendes; Michel Bastos, Ganso (Rogério) e Centurión (Carlinhos); Alan Kardec. Técnico: Edgardo Bauza.
Gols: Ganso (SP), aos 43/1º; Roger (RB), aos 25/2º
Estádio: Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Árbitro: Marcelo Rogério
Renda: R$ 204.755,00
Público: 5.606 pagantes
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