Levir Culpi e Marcelo Oliveira acataram o afastamento imposto pela rivalidade. Uma amizade temporariamente abafada pela ebulição do futebol mineiro, que assiste hoje a um momento emblemático. Os finalistas da Copa do Brasil, oponentes nesta noite, às 22 horas, no clássico Atlético-MG x Cruzeiro, tiveram a oportunidade de estreitar os laços em Curitiba.
Os comandantes se conhecem desde a época de jogadores quando o curitibano assumiu ter levado "vários dribles do craque" Marcelo e foram antigos companheiros na comissão técnica do Galo.
Novos capítulos dessa amizade se desenharam a partir de 2010. O então treinador do Paraná, Marcelo Oliveira, se tornou um cliente assíduo do Azuki, o restaurante japonês da família Culpi.
"Na primeira vez que chegou, a dona Marília [esposa de Levir] pediu para que eu o atendesse. Desde então, criamos uma proximidade. Ele virou habitué", conta o maitre Ângelo Redresa Volpato. O prato de quase sempre, linguado no alumínio, era acompanhado, sempre, por um bom vinho.
Se já gostava de atender o treinador, famoso pelas boas histórias, o coxa-branca Volpato ficou ainda mais satisfeito quando Oliveira trocou a Vila Capanema pelo Coritiba. "Só que eu fiquei proibido de falar de futebol. Só abria a boca quando ele desse uma brecha. Mas quando isso acontecia, eu dava todos os meus palpites. A maioria furados, claro", conta.
O maitre recorda do dia em que Oliveira, jantando com a esposa, o chamou para avisar que uma moça de salto altíssimo e shorts curtíssimo aguardava uma mesa. "Ele me chamou brincando que a cliente estava esperando há 1h47. Ao ver minha cara de espanto, disse que só reparou pois a moça estava com um sapataço", lembrou aos risos.
Em um almoço após Levir Culpi deixar o futebol japonês, Oliveira sugeriu, no mesmo estilo brincalhão de sempre, que ele desse um aumento ao funcionário. "Aí o Levir entrou na onda me cobrando. Como eu estava pedindo aumento para um homem desempregado?", recordou.
Marília Culpi cita que a presença do casal no estabelecimento ajudou a aproximá-la da esposa de Marcelo Oliveira. "Chegamos a ir ao shopping e até nos encontramos aqui em Belo Horizonte. Mas essa final acaba afastando todo mundo por causa da rivalidade", reconheceu, ontem.
"A gente consegue separar profissionalmente. Ele foi ídolo do Atlético-MG e hoje é respeitadíssimo e reconhecido pelos cruzeirenses. Eu trabalhei três vezes no Cruzeiro e agora estou aqui. O que vale mesmo é o que somos como seres humanos. E pertencemos à banda boa do futebol", definiu o finalista Levir.
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